O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deu a entender nesta segunda-feira (27) que não pretende abrir um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, apesar do crescente número de pedidos que chegam ao Congresso. "A gente precisa ter paciência e equilíbrio para não ampliar ainda mais uma crise que é do poder Executivo e que lá deve ficar”, disse, à imprensa.
A pressão aumentou após o pedido e demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que saiu atirando contra Bolsonaro, acusando-o de tentar interferi politicamente na Polícia Federal. “Acho que todos esses processos (impeachment e CPIs) precisam ser pensados com muito cuidado, sem açodamento”, disse Maia.
Para o chefe da Câmara, uma crise política, em plena pandemia do coronavírus, poderia agravar ainda mais os impactos econômicos que devem ser sentidos pelo Brasil nos próximos meses. O deputado evitou se aprofundar mais no assunto. “Quando você trata por tema como impeachment, sou juiz. Não posso comentar”, disse.
Maia saiu dos holofotes desde o domingo (19), quando Bolsonaro participou de uma manifestação pró-ditadura em Brasília. O deputado não havia concedido entrevistas desde então.
Desde sexta-feira (24), a Câmara recebeu três novos pedidos. Já são quase 30. Os três mais recentes foram protocolados pelo PDT, pela deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) e pelo Movimento Brasil Livre (MBL). Há também pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito Mista formalizado pelo PSDB. Dos pedidos, sete têm relação com a participação do presidente em manifestações que defendem a retomada da atividade econômica em todo o país durante a pandemia da Covid-19.
O deputado ressaltou que o momento é para focar no enfrentamento à crise sanitária e falou sobre os impactos na saúde e na economia da pandemia. “Já se projeta aumento de 16% de desemprego; aumento da economia informal chegando a 50% dos empregos”, disse.
Para ele, o Parlamento tem de priorizar essa crise. “Devemos voltar a debater de forma específica o enfrentamento do coronavírus. Não podemos tirar do debate e da pauta do parlamento os projetos e projeções que temos no enfrentamento. Essa deve ser nossa prioridade”, disse.
Maia lembrou também dos pedidos de impeachment de Michel Temer. “Já passei por isso no governo do presidente Michel Temer. Com equilíbrio e paciência a gente superou este período. E, hoje, muitos olham para este período do Michel Temer com saudade de muita coisa que fizemos em conjunto. A gente não pode esquecer como eram as projeções da economia antes e depois dele”, disse.
STF inicia julgamento que pode ser golpe final contra liberdade de expressão nas redes
Plano pós-golpe previa Bolsonaro, Heleno e Braga Netto no comando, aponta PF
O Marco Civil da Internet e o ativismo judicial do STF contra a liberdade de expressão
Putin repete estratégia de Stalin para enviar tropas norte-coreanas “disfarçadas” para a guerra da Ucrânia
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião