O texto-base da reforma da Previdência foi aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados por 379 votos favoráveis e 131 contrários. O placar superou os cálculos que haviam sido divulgados pelo governo e pelos líderes partidários com ampla margem. Para aprovar o texto, eram necessários, no mínimo, 308 votos.
O resultado consagrou o trabalho de bastidor do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que foi homenageado durante a sessão, se emocionou e foi muito aplaudido pelos parlamentares. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, disse que Maia "colocou seu nome na história do Brasil".
Para o líder do MDB, Baleia Rossi (SP), Maia conduziu a reforma com "maestria" e em nenhum momento se desviou de sua meta. "Foi uma grande vitória", disse ele, para quem o placar demonstra a maturidade da Câmara. "Agora, vamos superar os destaques", acrescentou, que serão analisados em sua maioria nesta quinta-feira (11).
Rodrigo Maia foi às lágrimas ao ser saudado pelo deputado Delegado Waldir (GO), líder do PSL na Casa. O parlamentar elogiou o empenho do presidente da Câmara para obter a aprovação da PEC que muda as regras de aposentadoria.
"Eu queria fazer um agradecimento todo especial ao grande condutor dessa reforma. E sem essa pessoa, com certeza, nós não teríamos chegado a esse momento tão importante. Minha especial homenagem ao presidente desta Casa, Rodrigo Maia", disse Waldir da tribuna do plenário.
"É um liberal que respeita todos os partidos, todos os parlamentares, da oposição ou não", disse. A fala foi seguida por aplausos entusiasmados da maior parte dos deputados presentes, que gritaram o nome de Maia em coro.
O presidente Jair Bolsonaro também cumprimentou Maia, pelo Twitter, ao exaltar a aprovação da reforma.
Maia agradece votação expressiva na reforma da Previdência
Antes do anúncio do resultado da votação, Maia se dirigiu à tribuna da Câmara. Em tom de desabafo, disse que a aprovação do texto-base da reforma da Previdência é um “momento histórico” para os que apoiam e os que não apoiam a proposta. O presidente da Câmara fez um discurso emocionado, que durou 16 minutos, no qual agradeceu aos líderes partidários e destacou trechos da proposta. As informações são da Agência Brasil.
“Todos nós falamos muito em combater privilégios, e o nosso sistema previdenciário e de assistência comete um dos maiores erros que um sistema pode cometer, porque o nosso sistema previdenciário, como é deficitário, coloca o Brasil em uma realidade muito dura. Para cada idoso abaixo da linha da pobreza, nós temos cinco crianças, e estas reformas vêm no intuito de reduzir desigualdades, e esse é o objetivo de todos os parlamentares aqui presentes”, afirmou.
“Quando nós construímos um texto, ele não é o texto dos sonhos de cada um de nós. Eu não defendo a [regra] de transição nem dos servidores públicos, nem dos professores, nem para a Polícia Federal. Mas existem muitos representantes dos servidores públicos aqui, e alguma transição foi construída. Ela mantém alguns benefícios em relação aos brasileiros que não conseguem completar nem 15 anos de contribuição e que se aposentam com mais de 65 anos hoje – antes da reforma”, ressaltou Maia.
Ao apontar as despesas públicas como o primeiro “monstro” a ser enfrentado, Maia criticou a iniciativa privada destacando que o setor recebe do Estado R$ 400 bilhões em renúncias fiscais e não gera o retorno esperado, tanto em eficiência quanto em empregos.
"Quem fala em reduzir impostos hoje, não está falando a verdade. Nós temos que primeiro enfrentar esse 'monstro' que são as despesas públicas – que são concentradas em poucas corporações públicas e privadas. O setor privado também tem responsabilidade porque leva R$ 400 bilhões por ano [em renúncias fiscais], muitas vezes sem eficiência na sua empresa e sem gerar empregos para os brasileiros. Não é só o serviço público que é responsável”, afirmou.
Maia também defendeu o Congresso e o chamado Centrão, grupo de partidos de centro, que tem sido criticado em manifestações de apoio à reforma da Previdência pelo Brasil. Para Rodrigo Maia, o Parlamento brasileiro recuperou seu papel institucional, que não tinha há muitos anos.
“O Centrão, essa coisa que ninguém sabe o que é, mas é do mal. Mas é o Centrão que está fazendo a reforma da Previdência, são esses partidos que se dizem do centrão. Eu tenho muito orgulho de presidir a Câmara e de ter a confiança dos líderes, não só daqueles que pensam como eu penso, mas daqueles que pensam de forma distinta da que eu penso. Essa relação de confiança é que faz o Parlamento de hoje ter um protagonismo que não tem há muitos anos, e nós não podemos perder a oportunidade, sem interesse de tirar nenhum poder do presidente da República, sem tirar nenhuma prerrogativa do presidente da República”, disse.
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