Mais de 80% dos brasileiros não veem uma tentativa de golpe de Estado nos atos de 8 de janeiro de 2023, de acordo com a pesquisa Atlas Intel (leia na íntegra) divulgada na segunda (8) exatamente um ano após a manifestação que levou à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
O levantamento aponta que apenas 18,8% dos entrevistados consideram que houve uma tentativa de ruptura do Poder. Outros 34,2% acreditam que as invasões ocorreram por fanatismo político e polarização, enquanto que 20,8% atribuem a uma fraude eleitoral. O patriotismo foi apontado por 2,4%.
Do total, 74,2% discordam da ação de manifestantes que ocuparam os prédios dos Três Poderes, e 59% a consideraram completamente injustificada.
A narrativa de que houve uma tentativa de golpe de estado, além do vandalismo, foi alardeada pelo PT e membros da esquerda brasileira, além de altas autoridades da República como citado diversas vezes durante a cerimônia realizada no Congresso à tarde.
A alegação, no entanto, é contestada até mesmo por um aliado histórico de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (PT): o ex-ministro Aldo Rebelo, que ocupou pastas nos quatro governos presidenciais petistas anteriores (dois de Lula e dois de Dilma). Ele classificou a alegação como “fantasia” e afirmou que os atos foram provocados por um “bando de baderneiros”.
Além de Rebelo, o jurista Ives Gandra Martins também contestou a possibilidade de que a invasão aos prédios públicos tenha sido uma tentativa de golpe de Estado. Para ele, “não haveria a menor possibilidade de golpe, porque as Forças Armadas não participariam nunca de um golpe de Estado”.
O levantamento mostrou ainda que uma parcela significativa dos ouvidos pelo instituto – 44% – também considera que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não foi responsável por incitar os atos de 8 de janeiro de 2023, algo que também é amplamente alardeado pelo PT e membros da esquerda. Outros 43,3% acreditam que ele não deve ser punido por essa alegação.
Assim como os entrevistados não veem que houve uma tentativa de golpe de Estado, uma parcela significativa – 42,8% – entende que as punições aos envolvidos nos atos têm sido exageradas. Já 36,1% acreditam que são adequadas e 14,2% que são insuficientes.
Desde que ocorreram os atos, o Ministério Público Federal (MPF) já ofereceu 1.413 denúncias contra participantes da depredação dos prédios públicos, sendo 1.156 deles apontados como incitadores, um como financiador e 248 como executores. Trinta já foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a penas que variam de 3 a 17 anos de prisão, e outros 29 estão em julgamento no plenário virtual previsto para encerrar no dia 5 de fevereiro.
Outras 28 pessoas fizeram um acordo de não persecução penal com o órgão, que é a suspensão da ação penal em troca do pagamento de multa e prestação de serviços à comunidade.
O instituto Atlas Intel ouviu 1,2 mil pessoas de modo digital aleatório entre os dias 7 e 8 de janeiro de 2024 nas cinco regiões brasileiras. A margem de erro é de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos e nível de confiança de 95%. A pesquisa completa pode ser consultada aqui.
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