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Desde o fim de semana, perfis das redes sociais, jornalistas, advogados e políticos têm falado sobre um possível banimento da rede social X (antigo Twitter) no Brasil. O temor de que isso possa ocorrer se dá por conta do embate entre o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
Se for bloqueada no Brasil, a rede social prejudicará mais de 22 milhões de usuários, segundo estatísticas recentes.
No sábado (6), Musk gerou alvoroço em sua rede social e no noticiário brasileiro ao perguntar a Moraes por que ele “exige tanta censura no Brasil”. Musk também disse que poderá restaurar todas as contas suspensas da plataforma no Brasil a pedido do judiciário, mas cuja forma e razões foram consideradas ilegais.
O questionamento ocorreu após a divulgação de uma nova série de documentos internos do Twitter envolvendo as tratativas da rede social com autoridades e personalidades brasileiras que revelam que o TSE, além de parlamentares e do Ministério Público, buscaram violar o Marco Civil e “direitos constitucionais” dos cidadãos brasileiros, segundo os próprios consultores jurídicos da empresa, para fazer pesca probatória e coletar dados em massa de usuários que postaram determinadas hashtags.
Em resposta, Moraes determinou a abertura de um inquérito contra Musk e pediu a inclusão do dono do Twitter como investigado em outro inquérito já existente, o polêmico inquérito das milícias digitais.
Alinhados com a reação de Moraes, representantes do governo e parlamentares da esquerda reforçaram os pedidos para regulação das redes sociais, pediram a “responsabilização” de Musk e o acusaram de ser um tipo de “porta-voz da extrema-direita global”.
Há ainda relatos de bastidores de que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi alertada para possível ordem judicial para tirar o X do ar.
Caso a situação escale e se confirme o temor de muitos perfis de que o X seja banido, o Brasil passará a figurar na lista de países que não permitem a rede social, como China, Rússia, Irã e Coreia do Norte.
De acordo com dados da Global Overview Report 2024 - uma pesquisa sobre o mundo digital feita pelo DataReportal - com base no número de recursos publicitários do X (Twitter), no início de 2024, a rede social tinha cerca de 22,13 milhões de usuários no Brasil, o que corresponde a 10,2% da população do país.
Ainda, de acordo com o relatório, ao todo, o Brasil tem 144 milhões de usuários ativos nas redes sociais, chegando a 66.3% da população.