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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), falou do seu papel no governo, lembrou da época em que rivalizava com a esquerda e disse ter boa relação com o presidente Lula (PT).
Segundo Alckmin, sua relação com Lula é “afetiva”, só perdendo para a relação que o presidente tem com a primeira-dama, a Janja. A declaração foi dada durante entrevista concedida ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (14).
Na ocasião, Alckmin foi questionado sobre sua relação com Lula, tendo em vista os cargos de vice-presidente e ministro, ao mesmo tempo em que tem procurado se manter discreto no governo.
“Olha, é muito boa a relação, até porque o presidente Lula é uma pessoa bem humorada, ele é muito engraçado. Depois, ele delega. Fiquei muito feliz porque não imaginava ser ministro de nenhuma pasta, mas acabei recebendo o convite [...] Temos uma relação que eu diria até efetiva. Mais forte do que a nossa [relação], eu diria que só a do presidente com a Janja. É uma relação muito descontraída”, afirmou Alckmin.
Embates eleitorais
Questionado sobre embates eleitorais passados em que fez duras críticas ao petista, Alckmin minimizou os ataques e disse que “eleição presidencial é canelada”.
“É um embate de personalidades. Diferente do parlamentarismo - onde partidos elegem a maioria e o líder vira primeiro-ministro - no presidencialismo, é mesmo canelada. Agora, você teve um fato no Brasil que todo mundo se viu envolvido que foi a questão da Lava Jato. Depois, verificamos que haviam mancomunado juiz com promotor, que o juiz tinha pretensão política e que aquilo virou uma verdadeira farsa”, disse Alckmin.
Na campanha eleitoral de 2006, Alckmin disse que, ao contrário de Lula, não convivia com o crime e acusou o petista de ser “chefe de quadrilha” por conta do escândalo do mensalão. Em outra ocasião, disse que Lula e o PT não tinham ética.
Em dezembro de 2017, ao discursar em uma convenção do PSDB, o então tucano, Geraldo Alckmin, disse que Lula estava tentando “voltar à cena do crime”, em referência à articulação do petista para a campanha presidencial de 2018.
“Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder, ou seja, ele quer voltar à cena do crime. Nós o derrotaremos nas urnas. Lula será condenado nas urnas pela maior recessão da história”, disse Alckmin na ocasião.
Lula foi preso no dia 7 de abril de 2018 acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da extinta Operação Lava Jato.
Ao ser lembrado desses episódios durante e entrevista no Roda Vida, Alckmin ouviu as frases ditas por ele com um sorriso no rosto.
Ao responder a questão, Alckmin disse que Lula foi injustiçado no caso da Lava Jato e que “não se deve fazer política com fígado, guardando ressentimentos”.