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Solução própria

Mais Médicos do Nordeste? Governadores querem retomar contrato com cubanos

Mais Médicos Nordeste: profissionais embarcam para Cuba
Com a saída dos profissionais cubanos que atuavam no programa Mais Médicos, reposição de vagas ficou mais difícil e estados do Nordeste cogitam fazer uma versão regional do programa. Ideia, agora, é criar "Mais Médicos Nordeste". (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Desde que os profissionais cubanos deixaram o Mais Médicos e o Brasil, após a Organização Panamericana de Saúde (Opas) rescindir o contrato, o governo federal pena para conseguir substitutos para as vagas abertas com a saída dos estrangeiros. Cidades menores e afastadas dos grandes centros são as que sofrem mais com a reposição, porque despertam menos interesse nos candidatos do programa.

Para tentar driblar esse problema, há uma solução regional despontando. Depois de formarem o Consórcio Nordeste, os governadores dos nove estados da região já admitem a possibilidade de negociar diretamente com a Opas para criar um programa regional, uma espécie de "Mais Médicos do Nordeste".

Quem falou sobre isso antes foi Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão, conforme registro do Painel, da Folha de S. Paulo. A reportagem da Gazeta do Povo procurou o governador da Bahia, Rui Costa, que foi escolhido líder do consórcio neste primeiro ano. De acordo com a sua assessoria, a proposta em firmar esse acordo com a Opas é embrionária e ainda está em fase de estudos.

Mais Médicos do Nordeste

Não seria nada mal para os estados do Nordeste ganharem esse reforço. Até novembro de 2018, havia 2.850 médicos cubanos atuando na região. O governo federal, que abriu edital em maio para repor vagas em cidades consideradas prioritárias, busca 1.170 profissionais para trabalharem por lá. Alguns estados já receberam profissionais vindos de outras etapas dessa seleção neste ano.

A seleção dos municípios mudou. Agora, o governo avalia o índice de vulnerabilidade social dessas localidades, além de considerar os distritos sanitários indígenas. O último edital oferecia 2.149 vagas, em 1.130 cidades brasileiras.

Segundo o Ministério da Saúde, o número final de vagas foi definido após confirmação de gestores locais sobre a quantidade de profissionais necessária para o atendimento nas unidades de saúde.

Balanço da região

Os estados do Nordeste que possuíam mais profissionais cubanos até 2018 eram Bahia (822), Ceará (466), Maranhão (457) e Pernambuco (414). Também são esses os locais em que há mais vagas abertas para a reposição de profissionais. Porém, em alguns casos a proporção de vagas diminuiu sensivelmente. É o caso da Bahia, onde poderão ingressar 268 profissionais. O Ceará busca 289 profissionais, Pernambuco tem 221 vagas e o Maranhão, 147.

Os demais estados já possuíam menos profissionais do Mais Médicos e a reposição de vagas também é menor. Alagoas tinha 131 médicos cubanos e hoje tenta repor 41 vagas. Na Paraíba, eram 126 estrangeiros e há oportunidades para outros 59 médicos. No Piauí, havia 201 cubanos e há 39 vagas em aberto nesse edital. No Rio Grande do Norte, o Mais Médicos mantinha 139 médicos e buscam agora 59 profissionais. Por fim, em Sergipe, eram 94 médicos cubanos e o governo deve repor 47 vagas.

Segundo o Ministério da Saúde, o resultado dessa última seleção para o Mais Médicos no Nordeste deve ser divulgado ainda nesta terça-feira (18). Os médicos que foram considerados aptos a integrarem o programa poderiam indicar até quatro localidades onde teriam interesse em trabalhar.

“Cabe reforçar que o número de médicos em atividade no programa é dinâmico e varia constantemente, conforme a saída e a reposição dos profissionais. O Ministério da Saúde vem mantendo a renovação dos profissionais do programa Mais Médicos apenas em cidades mais vulneráveis, em geral pequenas, além dos distritos sanitários indígenas”, explica a pasta, por meio de nota.

Consórcio do Nordeste

Os nove estados do Nordeste aprovaram a criação do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste) em março deste ano. Com esse modelo, os estados têm mais força para negociações financeiras e podem, por exemplo, realizar compras conjuntas, reduzindo os custos. Além da saúde, o Consórcio deve atuar nas áreas de tecnologia e inovação, segurança, desenvolvimento econômico e social, infraestrutura, administração prisional e proteção do meio ambiente.

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