O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta terça (28) que vai pautar no ano que vem a proposta de emenda à Constituição (PEC) que impõe um mandato fixo para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Será mais um capítulo da crise que o Congresso está vivendo com a Corte desde que os senadores aprovaram a limitação para decisões monocráticas, na semana passada.
De acordo com Pacheco, a PEC deve ser pautada para o primeiro semestre de 2024 e foi uma promessa dele na campanha para a reeleição à presidência do Senado.
“Vou pautar e vai passar”, disse Pacheco à GloboNews. A medida, afirmou, não será retroativa e passará a valer a partir das próximas indicações. O presidente do Senado também disse que vai pautar o fim da reeleição com mandato de 5 anos para presidente, governador e prefeito.
O anúncio de que vai discutir a imposição de mandato fixo para ministros da Corte ocorre um dia depois do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicar o ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, para ocupar a vaga aberta após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, em outubro.
Dino já propôs PEC do mandato na Câmara
Dino já se mostrou favorável ao fim da vitaliciedade do cargo, e disse que este é um “modelo bom, que a Europa pratica”, em uma entrevista no começo do mês passado. Ele próprio foi autor de um projeto de lei apresentado em 2009 quando era deputado federal.
“Defendi [em 2009] e defendo até hoje. Esse é um modelo bom, modelo que a Europa pratica. Os Estados Unidos não, têm a cláusula do ‘bem servir’, que não tem nem a aposentadoria compulsória. São modelos bem diferentes, mas eu acho que o mandato é uma mudança importante”, afirmou.
Ele propôs um mandato de 11 anos que coincidiria com o período de três presidentes da República, nem muito curta e nem muito longa. Na época, ele ainda negou que disputaria a vaga ao STF e que estava “bem acomodado” no comando do Ministério da Justiça.
STF atacou o Senado após aprovação da PEC
A aprovação da PEC que limita as decisões individuais provocou reação dos ministros do STF já no dia seguinte, na sessão plenária da tarde. O presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, partiu para o ataque e disse ver "com preocupação os avanços legislativos" na atuação do Judiciário.
Já Gilmar Mendes foi ainda mais incisivo no contra-ataque e afirmou que a PEC é uma "ressurreição de um cadáver outrora enterrado" e que o "STF não admite intimidações".
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF