O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, com secretários de seu ministério em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.| Foto: José Dias/PR
Ouça este conteúdo

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, admitiu em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (15) que seu substituto na chefia da pasta já está sendo procurado pelo presidente.

CARREGANDO :)

“Ontem [terça-feira, 14] eu estive na reunião do conselho de ministros, e a gente entende claramente quando as coisas são colocadas e entende que seja dessa maneira. Não fiz nenhum contraponto, nada, simplesmente conversei depois com o ministro Braga Netto [da Casa Civil], com o ministro Heleno [chefe do GSI] e disse a eles que fiquem tranquilos, procurem aí… Alguns nomes que vão sendo assuntados, ligam para mim para perguntar o que eu acho”, afirmou.

O ministro fez observações sobre a provável transição que ocorrerá no ministério, e voltou a repetir o mantra de que a ciência deve guiar as visões da pasta. “O importante é que, seja lá quem o presidente colocar no Ministério da Saúde, que ele confie e que ele dê as condições para que a pessoa possa trabalhar baseada na ciência, nos números, na transparência dos casos, para que a sociedade possa, junto com os seus governadores e os seus prefeitos, tomar as melhores decisões”, disse.

Publicidade

O secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Wanderson de Oliveira, também sugeriu que a transição já está em curso ao falar da notícia sobre a sua saída do cargo, que foi desmentida pelo ministro Mandetta na coletiva.

"Olha… Estamos muito cansados… Estamos muito cansados. Eu não pedi demissão diretamente ao ministro, eu falei para minha equipe. A mensagem que está com minha equipe é: ‘Vamos nos preparar para sair juntos com o ministro Mandetta’. Esse processo vem sendo discutido há algumas semanas”, afirmou o secretário.

Mandetta diz que há boas alternativas e se dispõe a ajudar na transição

Mandetta afirmou que Bolsonaro tem “muitas alternativas, gente muito boa, muito experiente” e se dispôs a contribuir para a transição entre a atual e a futura gestão da pasta.

“Parece que eu sou contra o presidente, ou o presidente é contra mim. Não, são visões diferentes do mesmo problema. Se tivesse uma visão única, seria um problema muito fácil de solucionar”, afirmou o ministro. “Ele claramente externa que quer um outro tipo de posição por parte do Ministério da Saúde, que eu, baseado no que nós recebemos, baseado em ciência, eu tenho esse caminho para oferecer”, acrescentou.

Mandetta disse ainda que não vai “virar as costas para ninguém”. “Se precisar de ajuda, pede ajuda. A gente ajuda, não tem problema nenhum. O nosso foco é nas pessoas, o nosso adversário é o coronavírus”, afirmou.

Publicidade

Para ele, a atual gestão do Ministério da Saúde deixará um bom legado para a equipe sucessora. “Os números que nós conseguimos domar, nós achamos que está bem”, disse o ministro, antes de apontar alguns desafios, como o do abastecimentos, dos equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde e da capacitação dessa mão-de-obra, “para ela adoecer menos quando ela for atender”.

Gabbardo diz que poderá chefiar transição, mas não será substituto

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, disse durante a mesma coletiva que não vai ser o substituto do ministro, como alguns analistas têm cogitado, mas poderá chefiar uma eventual transição na pasta.

“Eu saio junto com o ministro, mas eu vou permanecer o tempo que for necessário para fazer essa transição com toda a calma. Eu não vou abandonar o barco no meio do caminho”, afirmou.

Gabbardo ressaltou que, em 2021, poderá completar 40 anos no Ministério da Saúde, e não quer manchar seu histórico deixando a pasta em um momento como o atual. “Eu não vou jogar no lixo esse meu patrimônio. Eu, com certeza, se o presidente indicar uma nova equipe do Ministério da Saúde, eu não vou abandonar o barco, eu vou ficar no Ministério da Saúde durante todo o tempo que for necessário para fazer a transição com toda a tranquilidade.”

O secretário disse ainda que a população espera uma continuidade do trabalho que vem sendo feito pelo ministério, e que é necessário permanecer na pasta “nem que seja por duas semanas ou três semanas”.

Publicidade
Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]