Atos em defesa da Lava Jato e de Sergio Moro estão sendo organizados para o dia 30 de junho.| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

Manifestações de rua em defesa do ministro da Justiça, Sergio Moro, e da operação Lava Jato foram convocadas nas redes sociais para o dia 30 de junho. O catalisador dos atos é a publicação de supostas mensagens trocadas entre o ex-juiz e membros da força-tarefa da Lava Jato, divulgadas pelo site The Intercept, que questionam a conduta de Moro e procuradores do Ministério Público Federal (MPF).

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Os organizadores das manifestações, como o MBL e o Vem Pra Rua, veem na invasão de telefones e vazamento de dados privados um ataque criminoso contra o ministro e a Lava Jato. Até esta sexta-feira (14), 43 cidades confirmaram participação nos atos, segundo Adelaide Oliveira, líder do Vem Pra Rua.

“Moro representa a ideia de combate à corrupção, combate à impunidade, o pacote Anticrime é a materialização dessa ideia. Ele está sendo atacado para que a Lava Jato e o anticrime não passem”, acredita a líder do Vem pra Rua.

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Outra pauta a ser abordada pelo movimento no dia 30 é a celeridade na votação da reforma da Previdência e na tramitação do pacote Anticrime.

Para Thomaz Barbosa, coordenador estadual do MBL em São Paulo, o foco é a defesa da continuidade da Lava Jato. Ele afirma que as supostas mensagens foram obtidas de forma ilegal para “atacar a operação”.

O The Intercept divulgou até o momento quatro reportagens com supostas mensagens trocadas entre o procurador-chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol e o ex-juiz Sergio Moro.

O Ministério Público Federal divulgou nota em que detalhou a ação do hacker e afirmou que “o modo de agir agressivo, sorrateiro e dissimulado do criminoso é um dos pontos de atenção da investigação". Já o ministro disse acreditar os hackers foram contratados para “atacar as instituições” brasileiras e não só a operação.

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Na linha de frente

A manifestação do dia 30 de junho marcará a volta do MBL e do Vem Pra Rua. Nos atos pró-governo do dia 26 de maio, os dois movimentos preferiram se distanciar. O MBL alegou para ficar de fora que houve uma radicalização das pautas, com pedidos de fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso.

Com os principais movimentos ausentes, os atos foram realizados por grupos menores que conseguiram mobilizar 156 cidades, em 26 estados e no Distrito Federal. As principais críticas se concentraram nos partido que formam o Centrão na Câmara.

O presidente Jair Bolsonaro se mostrou favorável aos atos do dia 26 e declarou no Twitter, na época: "A população mostrou-se extremamente consciente. A peculiaridade deste evento torna injustificável qualquer tentativa de minimizá-lo".

A diferença desta vez está na definição das pautas, explica Adelaide Oliveira, “essa manifestação não é personalista como foi a outra com pautas difusas e antidemocráticas”, segundo ela não se trata de um movimento de apoio a Bolsonaro.

Já Barbosa considera as pautas atuais suprapartidárias. Tanto MBL, quanto Vem pra Rua acreditam que a mobilização doa dia 30 de junho poderá ser maior que as do dia 26 de maio.

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