Os atos pró-Bolsonaro foram realizados em pelo menos 156 cidades em 26 estados e no Distrito Federal neste domingo (26), de acordo com o portal G1. O presidente da República e os ministros não compareceram às ruas. No entanto, lideranças do PSL e outros políticos simpáticos ao governo participaram das manifestações.
Além de Brasília, as manifestações foram realizadas nas capitais Aracaju, Belém, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiânia, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, São Luís, Salvador, Recife, Manaus, Maceió, Macapá, Vitória, Fortaleza, Palmas, Cuiabá, Teresina, Florianópolis, Boa Vista, João Pessoa e Natal.
Paraná: segundo organizadores, 50 mil pessoas participaram da manifestação pró-Bolsonaro em Curitiba neste domingo. O ato começou às 14 horas na Praça Santos Andrade e seguiu até a Boca Maldita, na região central da capital paranaense. A Polícia Militar não estimou o número de participantes.
Do caminhão de som, os manifestantes gritaram a favor do governo de Jair Bolsonaro (PSL) e das reformas prometidas pelo político, principalmente a da previdência, e seguraram cartazes em apoio à Lava Jato.
Houve registro de agressões contra profissionais de imprensa. O fotógrafo da Gazeta do Povo Hedeson Alves levou um soco nas costas e precisou de escolta policial para sair do local. Segundo o Sindicato dos Jornalistas do Paraná, também foram agredidos os fotógrafos Franklin Freitas, do jornal Bem Paraná, e Giorgia Prates, do Plural.
São Paulo: a manifestação ocorreu na Avenida Paulista e os participantes ocuparam sete quarteirões, segundo informações da Globonews. Ainda de acordo com a emissora, a Polícia Militar não divulgou estimativa de público.
A expectativa dos organizadores era de que 500 mil pessoas fossem à Avenida Paulista defender a reforma da Previdência, o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro, e a MP 870, que reestruturou a Esplanada dos Ministérios.
Uma mulher vestindo uma camiseta com o nome da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), assassinada em março de 2018 no Rio de Janeiro, foi hostilizada e deixou o local escoltada.
Rio de Janeiro: manifestantes ocuparam 800 metros da avenida Atlântica, em Copacabana. Eles defenderam a aprovação do pacote anticrime, a reforma da Previdência e o apoio irrestrito ao presidente.
Parte dos manifestantes defendeu o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, outros exigiam intervenção militar imediata. O número de participantes não foi contabilizado.
Distrito Federal: os atos na capital federal começaram por volta das 10h. A maior concentração aconteceu no gramado localizado em frente ao Congresso Nacional. Segundo a estimativa da Polícia Miliar, 20 mil pessoas participaram da manifestação.
Os parlamentares do “Centrão” foram alvo de críticas dos manifestantes, que defenderam a aprovação de pautas encampadas pelo Executivo, como a reforma da Previdência e o pacote anticrime.
Pernambuco: na capital Recife, centenas de manifestantes ocupam mais de dois quarteirões com oito trios elétricos na orla de Boa Viagem. Gritos de "Fora Maia" e "Fora Paulo Câmara", governador do Estado, foram ouvidos.
Os manifestantes chegaram a paralisar o ato para pedir proteção divina ao presidente.
Sergipe: a organização estimou em 5 mil participantes no ato em Aracaju. Os manifestantes se reuniram à tarde no Mirante da Treze de Julho, na Avenida Beira Mar. O ato foi organizado pelo núcleo estadual do PSL e pelo movimento Sergipe com Jair Bolsonaro.
Minas Gerais: cerca de 30 mil pessoas se reuniram na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, segundo organizadores. A Polícia Militar não divulgou estimativas. Um dos carros de som tocou o hino nacional diversas vezes durante o ato. Outro, alternava músicas conhecidas da época de campanha como "O mito chegou" com "Dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe Moro".
Ato pró-Bolsonaro no Twitter
As manifestações pró-Bolsonaro apresentaram volume similar de menções no Twitter ao registrado no dia 15 de maio, durante os atos contra os cortes na educação.
O levantamento é da FGV-DAPP (Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas).
Foram registradas neste domingo cerca de 806 mil menções relacionadas às manifestações, contra 839 mil menções no último dia 15.
Segundo a FGV-DAPP, entretanto, esse o comparativo deve ser observado com cautela uma vez que o auge dos protestos do dia 15 aconteceu no começo da noite, enquanto as manifestações deste domingo ocorreram ao longo do dia.
Manifestação repercute nas redes sociais
Pelas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar sobre as reivindicações nas manifestações deste domingo. Durante a semana que antecedeu os atos, Bolsonaro disse que pautas para fechar o STF e o Congresso "estão para [Nicolás] Maduro".
"Há alguns dias atrás, fui claro ao dizer que quem estivesse pedindo o fechamento do Congresso ou STF hoje estaria na manifestação errada. A população mostrou isso. Sua grande maioria foi às ruas com pautas legítimas e democráticas, mas há quem ainda insista em distorcer os fatos", publicou no perfil oficial.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, defendeu que as manifestações pró-Bolsonaro foram uma "festa da democracia", sem "pautas autoritárias".
"Povo manifestando-se em apoio ao Pr (sic) Bolsonaro, Nova Previdência e ao Pacote anticrime. Sem pautas autoritárias. Povo na rua é democracia. Com povo e Congresso, avançaremos. Gratidão", escreveu o ministro - um dos personagens mais lembrados nos atos em todo o país.
A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP), que havia criticado as manifestações, fez elogios em uma série de postagens nas redes sociais e defendeu a aprovação da reforma da Previdência.
"Acompanhando aqui as manifestações, as pessoas estão de parabéns, até agora, todas as pautas são democráticas. Ao pedir a reforma da Previdência de Guedes e o pacote de Moro, nosso povo mostra maturidade", escreveu no Twitter.
A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, postou em sua conta no Twitter que a manifestação pró-Bolsonaro não intimidará.
"Os atos de hj (sic) ñ (sic) se comparam aos do dia 15 em adesão, mobilização e capilaridade. Muito vácuo nas ruas. A mídia apresentou como apoio às reformas. Foram contra a democracia, contra a educação, contra os direitos do povo e pela intervenção militar Bolsonaro ñ (sic) intimidará c/ sua tropa".
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