Centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda e de centro vão protestar neste sábado (2) contra o governo de Jair Bolsonaro. A principal pauta das manifestações contra Bolsonaro será o impeachment do presidente.
Os atos deste fim de semana não contarão com a presença de grupos da direita que também defendem o afastamento de Bolsonaro e que organizaram manifestações contra Bolsonaro em 12 de setembro, tais como o MBL e o Livres. Mas alguns representantes da centro-esquerda e centro-direita deverão participar.
Há atos marcados em mais de 250 cidades, no Brasil e no exterior, segundo mapa disponível no site da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Mas a intenção dos organizadores é concentrá-los nas capitais. A principal mobilização deve ocorrer em São Paulo, na Avenida Paulista, a partir das 13h.
“O povo está sentindo na carne o desemprego recorde, o desalento, a carestia, a fome, a inflação que voltou à casa dos dois dígitos, o PIB inexpressivo, o fechamento de empresas, o descrédito e a desconfiança internacional, além do recorde de casos e mortes na pandemia”, disse o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, ao convocar para os atos.
A presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda é incerta, mas outros presidenciáveis devem comparecer.
O pré-candidato pelo PDT, Ciro Gomes, confirmou presença para a manifestação de São Paulo, à tarde, e Rio de Janeiro, pela manhã. Segundo a assessoria da Campanha Nacional Fora Bolsonaro, que está organizando o protesto, o senador Alessandro Vieira, pré-candidato à presidência pelo Cidadania, também participará do ato em São Paulo. É esperado que Luiz Henrique Mandetta (DEM) participe por vídeo.
Outros nomes que estão confirmados para os atos deste sábado, segundo os organizadores: senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), dos deputados federais Alessandro Molon (PSB) e Tabata Amaral (PSB), do pré-candidato ao governo de São Paulo pelo Psol, Guilherme Boulos, do ex-candidato à presidência em 2018 Fernando Haddad e sua companheira de chapa, Manuela D´Ávila (PCdoB), além dos presidentes do PT, Gleisi Hoffmann; do PDT, Carlos Lupi; do Psol, Juliano Medeiros; do PCdoB, Luciana Santos; do PSB, Carlos Siqueira; e de centrais sindicais.
Alguns presidenciáveis que já participaram de protestos contra Bolsonaro não deverão estar presentes, como é o caso de João Doria e Eduardo Leite (PSDB).
Grupos de direita contrários a Bolsonaro e que organizaram os atos de 12 de setembro também não vão participar. O Movimento Brasil Livre (MBL) e o Livres, embora tenham conversado com os partidos organizadores ou considerado aderir, informaram que não vão às ruas. Um dos motivos é que, além do impeachment, a esquerda pode levantar outras bandeiras com as quais eles não concordam.
O diretório municipal do PSDB de São Paulo, por sua vez, comunicou nesta sexta-feira (1º) que vai se juntar à mobilização.
Quem está convocando as manifestações contra Bolsonaro
Partidos políticos – Entre os principais estão PT, PCdoB, Psol, PDT, PSB, Cidadania, Rede, Solidariedade e PV. Partidos de menor expressão – como Avante, PSTU e UP – também estão se mobilizando.
Centrais sindicais – CUT, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), CSP-Conlutas, Intersindical e Pública Central do Servidor assinaram uma nota convocando “toda a classe trabalhadora” para participar dos protestos contra Bolsonaro.
Frente Brasil Popular – movimento composto por cerca de 80 organizações, dentre sindicatos, movimentos sociais sociais e partidos. Fazem parte, por exemplo, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e partidos políticos de esquerda, como o PT.
Frente Povo Sem Medo – Reúne movimentos sociais, estudantis, anticapitalistas e sindicais. As pautas que deram origem ao grupo são bastante semelhantes às da Frente Brasil Popular: enfrentamento às políticas de austeridade, enfrentamento do conservadorismo, reformas populares e taxação dos ricos.
Outros movimentos de esquerda e centro-esquerda – Comitê em Defesa da Vida, Fórum por Direitos e Liberdades, Movimento Acredito, Frente pela Vida, Coalizão Negra por Direitos e Comitê de Luta Contra as Privatizações. (Os movimentos Frente pela Vida e Defesa da Vida defendem o controle da pandemia e o Sistema Único de Saúde, não tendo relação com a defesa do direito à vida do feto.)
A organização dos atos é feita pela Campanha Nacional Fora Bolsonaro, um esforço desses grupos para coordenar os protestos contra o presidente. Eles estiveram à frente das mobilizações nacionais contra o presidente que ocorreram em 29 de maio, 19 de junho, 24 de julho e 7 de setembro.
Os locais e horários das principais manifestações
- São Paulo: a partir das 13h em frente ao MASP, na Avenida Paulista
- Rio de Janeiro: a partir do meio-dia, na Cinelândia
- Curitiba: a partir das 16h, na Praça Santos Andrade
- Florianópolis: a partir das 14h, na Praça da Alfândega
- Porto Alegre: a partir das 14h, no Largo Glênio Peres
- Belo Horizonte: a partir das 15h30, na Praça da Liberdade
- Brasília: a partir das 15h30, no Museu Nacional
- Campo Grande: a partir das 9h, na Praça do Rádio
- Cuiabá: a partir das 15h, na Praça Alencastro
- Goiânia: a partir das 8h, na Praça do Centenário
- Fortaleza: a partir das 8h, na Praça da Bandeira
- João Pessoa: a partir das 9h, no Liceu Paraibano
- Manaus: a partir das 15h, na Praça da Saudade
Horário e locais em outras capitais e cidades estão disponíveis para consulta no site dos organizadores das manifestações contra Bolsonaro.
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