Manifestação no Rio de Janeiro| Foto: Agência EFE
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Cidades brasileiras registraram manifestações contra o presidente da República Jair Bolsonaro ao longo deste sábado (19). Imagens mostram manifestantes usando máscaras de proteção, de forma predominante, e organizadores pediram distanciamento durante os atos, mas houve registro de aglomerações, em meio à pandemia do coronavírus. Atos semelhantes já haviam sido registrados nas ruas em 29 de maio. Na organização dos protestos, há partidos políticos, centrais sindicais, entidades estudantis, movimentos sociais.

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Neste sábado, cartazes traziam pedidos de “fora Bolsonaro”, faziam apelo pela retomada de um auxílio emergencial no valor de R$ 600 e cobravam mais vacinas contra a Covid-19. Também foram levantadas pautas antirracistas e ligadas às áreas da educação e do meio ambiente. Os atos foram pacíficos e acabaram ocorrendo no mesmo dia em que o Brasil bateu a marca de 500 mil mortos em decorrência da Covid-19.

De acordo com o Portal G1, até as 18h30, os protestos foram registrados em todos os 26 estados e no Distrito Federal, mas não aconteceram em todas as capitais. Em Florianópolis, manifestantes cancelaram devido à chuva. As capitais são: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Boa Vista, Brasília, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo, Teresina e Vitória. Houve atos também em outras 116 cidades, ao menos, de acordo com o levantamento do G1.

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Manifestante protesta no Rio de Janeiro: "fora Bolsonaro". Foto: Agência EFE

São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro

Em Brasília, a concentração começou por volta das 9h em frente à Biblioteca Nacional. Às 10h os manifestantes iniciaram a caminhada pela Esplanada dos Ministérios até ao Congresso Nacional. Grupos indígenas que já estavam em Brasília para cobrar a demarcação de terras também participaram da manifestação. No Rio de Janeiro, a concentração começou às 10h na estátua do Zumbi de Palmares, na Praça Onze, região central da cidade.

Em São Paulo, por volta das 15h, manifestantes fechavam a Avenida Paulista, no sentido Consolação. O vão livre do Museu de Artes de São Paulo (MASP) foi protegido por grades, o que provocava pequenas aglomerações ao redor do carro de som estacionado em frente ao MASP. A maior parte dos manifestantes usava máscara e tentava atender às recomendações para manter o distanciamento. Uma barraca foi montada na Avenida Paulista para doação de máscaras e distribuição de cartilhas informativas com recomendações para mitigar o risco de transmissão do coronavírus.

Protesto em Goiânia. Foto: Agência EFE

O protesto em São Paulo ganhou adesão de novos grupos em relação ao último ato, como o PT e a Central Única de Trabalhadores (CUT), que passaram a atuar de maneira explícita na mobilização. Embora tenha apoio de diversos movimentos, de frentes suprapartidárias a grupos de defesa de direitos LGBTQI+, um grupo exibia mensagens em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "volta Lula". O petista cogitou participar pessoalmente do protesto em São Paulo, mas foi desaconselhado por aliados com receio de provocar mais aglomerações e dar caráter eleitoral às manifestações.

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Um grupo de ciclistas se juntou ao movimento e foi aplaudido ao chegar ao lado do carro de som. "Muito melhor do que a motociata do Bolsonaro é a nossa bicicleciata", dizia um dos organizadores do protesto, do alto do carro de som. "Não vamos sair da rua enquanto Bolsonaro não sair do poder", afirmou uma militante, ao microfone, antes de o protesto entoar o grito "Fora Bolsonaro". Foram ocupados nove quarteirões da Avenida Paulista.

Manaus e Porto Alegre

Em maior número que no protesto passado, manifestantes voltaram a sair às ruas da capital do Amazonas. A concentração em Manaus se iniciou às 15h, na Praça da Saudade, no Centro Comercial de Manaus, de onde partiram em passeatas por diversas ruas do Centro até o Largo Sebastião, em frente ao Teatro Amazonas. No caminho, os participantes da passeata gritavam palavras de ordem contra o governo federal e cobravam mais respeito ao meio ambiente e mais recursos para a educação. Também não faltaram críticas ao governo do Estado, motivado por denúncias de corrupção na gestão da pandemia no Amazonas e depoimentos na CPI da Pandemia no Senado que apontou irregularidades na gestão da Saúde no Estado.

Apesar da temperatura baixa em Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul também teve mais uma manifestação contra o presidente Bolsonaro pedindo ampliação da vacinação contra o coronavírus. O protesto teve início por volta das 15h no Largo Glênio Peres, em frente à prefeitura da cidade. Às 15h40, os manifestantes iniciaram a caminhada até o Largo Zumbi dos Palmares, no bairro Cidade Baixa. O número de manifestantes foi semelhante ao do primeiro protesto realizado em maio. Uma das diferenças foi a maior presença de bandeiras do PT, marcando uma maior participação do partido na manifestação. No caminhão de som, as lideranças davam o tom de urgência, pedindo a saída imediata do presidente.

Diversos movimentos de esquerda, que costumam disputar eleitorado, estiveram juntos na marcha. Ao final do ato, velas e tochas foram acesas em frente ao caminhão de som para lembrar as 500 mil mortes em decorrência do coronavírus. A manifestação se encerrou por volta das 18h no Largo Glênio Peres.