Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2024 ao lado de Nunes e do governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos).| Foto: EFE/Sebastião Moreira
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O empresário Pablo Marçal (PRTB) criticou nesta quarta-feira (19) a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-coach também alfinetou o ex-mandatário por não apoiá-lo na campanha pela prefeitura de São Paulo em 2024.

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“Por mais que muitos acreditem que Bolsonaro tenha virado as costas para mim, eu não farei o mesmo com ele. Ele é, sem dúvida, o maior líder da direita no Brasil, e isso sempre terá meu respeito. O fato de não ter me apoiado na eleição de 2024 não diminui sua relevância para a nação", disse Marçal, em nota.

Bolsonaro apoiou a reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), nas eleições passadas. Marçal ficou em terceiro lugar na disputa e já declarou que pretende concorrer à presidência. No mês passado, o ex-presidente disse que o empresário tem potencial, mas é “carta fora do baralho” para 2026.

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“Tem que ter autenticidade, transmitir confiança para a população. Eu não vou discutir o Pablo Marçal, deixa ele pra lá. Eu o acolhi um tempo atrás, conversei com ele. Ele chegou na Câmara e mostrou a medalha que dei para ele, como se eu tivesse apoiando. tem um baita potencial, mas tem que se controlar”, disse Bolsonaro na ocasião.

Nesta quarta (19), o ex-coach classificou a denúncia como uma “narrativa de golpe extremamente frágil”, destacando que Bolsonaro estava nos Estados Unidos no final de 2022.

“Bolsonaro estava nos Estados Unidos naquela ocasião. Como exatamente ele daria um golpe? Por Wi-Fi? Um ‘golpe EAD’? À distância? Se o povo realmente quiser, essa situação pode ser revertida. A soberania pertence ao povo. Quem defende a democracia deve pedir pelo Bolsonaro elegível em 2026”, reforçou Marçal.

Nunes diz confiar no “espírito público e democrático” de Bolsonaro

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse confiar no “espírito público e democrático” de Bolsonaro. Nas redes sociais, Nunes defendeu o “direito à presunção de inocência e o direito à ampla defesa” do ex-presidente.

“Sobre a decisão da PGR em relação ao Presidente Jair Bolsonaro, manifesto que, ao se falar sobre desconstrução do estado democrático de direito, cabe ressaltar que, até por essa razão, em um estado democrático de direito a presunção de inocência e o direito à ampla defesa e ao contraditório devem prevalecer em absoluto. Confio no espírito público e democrático do Presidente Bolsonaro”, afirmou o prefeito no X.

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Bolsonaro agradeceu o apoio de Nunes: “Obrigado pelas considerações, Prefeito! Um fraterno abraço!”, disse o ex-mandatário.

Denúncia da PGR contra Bolsonaro

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou Bolsonaro e outras 33 outras pessoas no inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado. A PGR acusa os denunciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

As penas máximas de todos os crimes imputados a Bolsonaro somam 43 anos de prisão. Mas a dosimetria da pena, caso ele seja condenado, só será definida no final do julgamento da ação penal, que ainda não foi aberta.

A defesa disse ter recebido a denúncia “com estarrecimento e indignação” e reforçou que Bolsonaro "jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam".

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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