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Senado

Pacheco pauta para quarta projeto que derruba mexidas de Lula no Marco do Saneamento

Rodrigo Pacheco
Senado vai analisar projeto de decreto que derruba parte de mexidas feitas por Lula no Marco do Saneamento. (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), colocou na pauta de votações do plenário desta quarta-feira (5) o projeto de decreto legislativo (PDL) que derruba parte dos decretos editados em 5 abril pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com objetivo de flexibilizar as regras do novo Marco do Saneamento básico, em favor de companhias estatais do setor.

A perspectiva é de aprovação com folga do PDL 98/2023, proposto e aprovado em 3 de maio pela Câmara. A medida do governo desagradou meios políticos e econômicos, ao gerar insegurança jurídica em contratos e colocar em risco dezenas de bilhões de reais em investimentos anunciados.

A derrubada dos decretos de Lula inicialmente pela Câmara representou a primeira grande derrota do governo na Casa, por um placar de 295 votos a 136 contrários. Esse movimento foi articulado por aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e pela oposição.

Encaminhado ao Senado, o texto tramitou na Comissão de Infraestrutura (CI), presidida por Confúcio Moura (MDB-RO), que também foi o seu relator. Nesse meio tempo, os articuladores do Planalto tentaram emplacar saída intermediária, como a edição de projeto de lei, para evitar o desgaste de outra iminente derrota.

Ainda na Câmara, Lira chegou a negociar a retirada dos decretos da pauta, mas não conseguiu o recuo de Lula. No Senado, ministros participaram de audiências públicas na tentativa de justificar os gestos que, segundo os senadores, atropelaram o Legislativo.

A reação aos textos propostos pela Casa Civil e endossados por Lula, sob o argumento de contemplar municípios menos populosos, sobretudo os das regiões Norte e Nordeste, se deu, basicamente, pela avaliação de que os decretos desrespeitaram o texto do marco em vigor desde 2020 e pela ajuda explícita às empresas públicas de saneamento que já haviam demonstrado ineficiência para levar adiante projetos de universalização dos serviços.

Com a aprovação do PDL no Senado, frustra-se o plano do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), ex-governador da Bahia, que pretendia usar dos decretos presidenciais para regularizar a prestação de serviços em Salvador.

O ambiente adverso encontrado pelo terceiro governo do presidente Lula na Câmara, com projetos contrários ao seu interesse sendo pautados e votados em tempo recorde, não se estende ao Senado, onde esses textos controversos passam por um bloqueio, seja engavetado ou com tramitação mais lenta para amenizar pontos contestados.

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