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Votação adiada

Marco temporal pode ser votado em comissão do Senado na semana que vem

Marco temporal para demarcação de terras indígenas pode ser votado no Senado na semana que vem
Marco temporal para demarcação de terras indígenas pode ser votado no Senado na semana que vem (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

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O projeto de lei do marco temporal para demarcação de terras indígenas pode ser votado pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado na semana que vem. Nesta semana, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora do projeto, apresentou o relatório favorável ao marco temporal, mantendo o texto aprovado em maio pela Câmara dos Deputados.

O projeto chegou a ser incluído na pauta desta quarta-feira (9), mas a votação foi adiada pela ausência da relatora. A senadora Soraya justificou a ausência esclarecendo que havia acordo entre os membros para votar na semana que vem. O presidente da Comissão, senador Alan Rick (União-AC), se comprometeu a pautar o projeto novamente na próxima semana para permitir o aprofundamento da discussão do tema.

Apesar de ter chegado ao Senado somente em junho, o projeto do marco temporal está em discussão no Congresso há aproximadamente 16 anos. Com a apresentação do relatório na Comissão de Agricultura, os senadores membros podem apresentar emendas ao projeto até o final da discussão. Há ainda a possibilidade de pedido de vista para que os senadores possam analisar o texto por mais tempo. Depois de passar pela CRA, o projeto ainda deverá seguir para exame da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se aprovado nas comissões, o projeto segue para apreciação do plenário e só depois, caso o texto não seja alterado, poderá ser enviado para a sanção presidencial.

Bancada do agro articula votação no Senado, sem necessidade de julgamento do marco temporal no STF 

O marco temporal para demarcações de terras indígenas vem sendo debatido paralelamente no Senado Federal e no Supremo Tribunal Federal (STF). Diante da iminência da retomada do julgamento sobre o marco temporal no STF, a bancada da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) busca aprovar o projeto de lei no Senado para garantir segurança jurídica aos proprietários de terra.

A tese do marco temporal começou a ser julgada no STF em 2021. Caso seja mantida, ela prevê a demarcação de terras indígenas em áreas ocupadas por indígenas somente até a data da promulgação da Constituição de 1988.

O julgamento sobre o marco temporal no STF foi retomado em junho, mas, após mais um voto contrário à tese, o ministro André Mendonça pediu vista do processo. O placar atual está 2 a 1 contra o marco temporal, com Edson Fachin e Alexandre de Moraes se posicionando contra, e Nunes Marques a favor. Há a previsão de que o julgamento recomece ainda em agosto ou em setembro, já que a ministra Rosa Weber, atual presidente do STF, deve se aposentar em outubro e manifestou interesse em votar o tema antes de deixar a Corte.

O líder da bancada do agro, deputado Pedro Lupion (PP-PR), acredita que seja fundamental que o Congresso Nacional passe uma mensagem à sociedade no tema do marco temporal. No caso, a de que às Casas Legislativas cabe legislar e buscar o entendimento de forma democrática, enquanto ao Judiciário julgar as demandas necessárias. “Nosso recado é que não há necessidade de um julgamento, já que estamos fazendo nossa parte de votar e ratificar o que eles mesmos definiram”, enfatizou.

Ao comentar o adiamento da votação no Senado nesta semana, o senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), que é vice-presidente da FPA no Senado, enfatizou a cobrança da sociedade sobre um posicionamento do Legislativo sobre o marco temporal. “Lamentavelmente, o Supremo Tribunal Federal nos força a ter agilidade”, disse o senador ao se referir ao julgamento sobre o mesmo tema que está ocorrendo no STF.

A senadora Tereza Cristina (PP-MS), disse também que o Congresso é quem precisa legislar sobre o tema. “É importante que o Congresso cumpra seu papel de legislar sobre temas relevantes, que tragam justiça e paz na terra, tanto para indígenas quanto para produtores rurais. E que a União tenha instrumentos para resolver questões relevantes para o desenvolvimento do país,” completou a senadora.

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