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O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira (Republicanos-SP), confirmou nesta quarta (4) a desistência de concorrer à presidência da casa na eleição do ano que vem para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL). A decisão foi anunciada oficialmente mais cedo e, de acordo com ele, atendeu a um apelo de lideranças partidárias.
Pereira disse à Gazeta do Povo que lideranças o procuraram para buscar uma “solução consensual” que unifique a Câmara “com serenidade, diálogo e previsibilidade”.
“Diante deste cenário, abri mão de minha candidatura e decidi colocar ao presidente Arthur Lira a opção do líder da bancada do Republicanos, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que ele seja o nome de consenso entre todas as alas políticas do plenário”, afirmou.
A decisão foi tomada após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na tarde de terça (3), e que o petista referendou o apoio a Motta mesmo tendo alguma resistência pelo governo. No entanto, o deputado era a preferência de Lira para a sucessão.
“Eu disse: ‘presidente, eu tenho aqui um coringa, um trunfo, que eu acho que pode ser a solução’ [...] E o presidente disse: ‘Marcos, mas ele não é muito novo?’, eu disse que sim, ele tem 34 anos, mas é novo com experiência, porque tem quatro mandatos e é muito talentoso. O presidente me disse ‘então tá bom, se você tá referendando, pode ir ao Arthur e dizer que eu não tenho nada contra’”, disse no começo da tarde à GloboNews.
Motta é líder do partido na Câmara e disputará a preferência dos deputados com outros dois nomes: Elmar Nascimento (União-BA) e Antônio Brito (PSD-BA).
Havia, ainda, a possibilidade de que a saída da disputa pela presidência da casa fosse uma negociação para Pereira ser indicado a uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Ele, no entanto, negou e afirmou que as vagas serão abertas em 2026 e 2027 – longe, portanto.
“Não teve essa costura, eu entendo que não é o momento de eu ir ao TCU. Já declinei deste convite duas vezes”, pontuou.
Ele afirmou ainda que, em dando certo a eleição de Hugo Motta, considera que seja improvável que uma das vagas do TCU seja encaminhada ao Republicanos.
“Queira ou não queira, ela acaba entrando numa negociação com outros partidos. E quando você ocupa a Mesa [Diretora], na presidência dela, tem que abrir mão de outros espaços para trazer os aliados e fazer as composições”, completou Marcos Pereira.