A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu a implementação do Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF, sigla em inglês) para que países que alcancem o desmatamento zero continuem recebendo dinheiro para manter as florestas intactas.
O fundo foi proposto pelo governo brasileiro em dezembro de 2023 durante a CPO28, em Dubai.
De acordo com os cálculos do governo Lula, o Brasil poderia receber R$ 8 bilhões todos os anos do TFFF.
A ministra do Meio Ambiente corre para que o Fundo seja uma das entregas do Brasil na COP30, que será realizada em Belém, em 2025.
Segundo Marina, o TFFF difere do Fundo da Amazônia porque, além de ser global, “é uma forma de gratificar quem protege”. O Fundo da Amazônia funciona como um tipo de pagamento por resultado pela redução da perda florestal.
“O TFFF vem exatamente para atender uma etapa da ideia de desmatamento zero, porque, enquanto você está fazendo os esforços para parar o desmatamento, você tem REDD+ [mecanismo pelo qual o Fundo Amazônia opera]. E depois, quando a gente zerar o desmatamento? É preciso ter um mecanismo, e que ele seja global para a proteção das florestas tropicais”, disse Marina em entrevista concedida à Folha de São Paulo e publicada neste domingo (18).
De acordo com Marina, a ideia já conta com o apoio de países do Tratado de Cooperação Amazônica, além da Indonésia, Malásia, República Democrática do Congo e Congo-Brazzaville.
“Estamos ampliando cada vez mais o debate. Tem ali o embrião de uma espécie de comitê gestor”, completou a ministra ao destacar o apoio da Noruega e Alemanha.
Marina também disse que o governo brasileiro está em tratativas com outros países, como o Reino Unido.
“Esse fundo parte do princípio de que a proteção das florestas é importante não só para o país que é detentor da floresta, mas que esses ativos ambientais são fundamentais para o equilíbrio do mundo, e os países, desenvolvidos sobretudo, devem ajudar a preservar essas florestas”, afirmou Marina.
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