Ministra do meio ambiente reconheceu que não tem “força política e votos suficientes” para fazer passar projetos da pasta.| Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
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Com um ministério esvaziado em funções e tendo um embate entre um órgão seu, o Ibama, e outro estratégico para o governo, a Petrobras, a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, reconheceu que não tem “força política e voto suficiente” no Congresso para fazer passar pautas de seu interesse, e que a base da “frente ampla” formada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não caminha unida neste tema.

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A ministra diz que falta “compreensão” de uma parte de deputados e senadores sobre o problema da mudança climática e do desmatamento, a quem classificou de “negacionista”. Segundo Marina Silva, o presidente fez o que foi possível para vetar e restabelecer as competências do ministério, mas que não é suficiente na relação com o Congresso.

“Infelizmente, a base do governo é de mais ou menos 150 deputados para temas de meio ambiente, direitos humanos, questão indígena, direitos das mulheres e políticas de juventude e de cultura”, disse em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta sexta (14).

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Marina Silva afirmou que houve também uma “resistência muito grande” em se aumentar os recursos do governo, na PEC fura-teto, para pastas como Meio Ambiente e Direitos Humanos, em que parte poderia ser usado para criar a Autoridade Climática, que não saiu do papel. “O desenho já está pronto”, afirmou.

A ministra é, ainda, testemunha do embate que se trava no quintal do ministério – a Esplanada – entre o Ibama e a Petrobras com o Ministério de Minas e Energia para a exploração de petróleo na bacia da foz do Rio Amazonas. Ela se esquivou de emitir uma opinião sobre a disputa, afirmando que o órgão ambiental apenas cumpre a lei, “nem facilitamos e nem dificultamos”.

Marina Silva ainda negou que tenha se sentido criticada pelo ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, quando disse que Lula é o embaixador ambiental do Brasil. E disse não ter medo do país sofrer retaliações comerciais da União Europeia ou dos Estados Unidos pelo pretexto de questões ambientais.

“O Brasil tem que negociar de igual para igual, preservando seus interesses. E um dos nossos interesses é a preservação das nossas florestas e o respeito às comunidades tradicionais”, completou.

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Ela ainda defendeu que o encontro dos países amazônicos, em agosto, gere um acordo para um plano de desenvolvimento sustentável para essa região, com “financiamento, conhecimento, base tecnológica e uma articulação que vá além dos governos”.

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