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A ministra do Meio Ambiente e do Clima, Marina Silva, deverá prestar esclarecimentos sobre o recorde de queimadas no Brasil nas comissões de Meio Ambiente do Senado e da Câmara dos Deputados.
Ambas comissões aprovaram nesta terça-feira (28) um convite direcionado a ministra, após o avanço de incêndios no último final de semana que criou um enorme corredor de fumaça por vários estados brasileiros.
Na Câmara, o pedido foi apresentado pelo presidente do colegiado, o deputado federal Rafael Prudente (MDB-DF). Segundo o deputado, a ministra já aceitou o convite e a audiência ocorrerá no dia 10 de setembro.
“A ministra tem de prestar contas ao Parlamento e à sociedade daquilo que o governo federal está fazendo para resolver o problema e para que isso não aconteça nos próximos anos”, declarou Prudente.
Já no Senado, o convite foi apresentado pela senadora Leila Barros (PDT-DF). Para ela, a presença da ministra é importante em meio “aos incêndios e as queimadas que têm atingido proporções alarmantes, afetando vastas áreas de florestas e biomas como a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal, além de áreas de agricultura e pecuária”.
Recorde de queimadas
De acordo com o sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 1º de janeiro e 23 de agosto, o país registrou mais de 102.670 focos de queimadas. Esse é o maior número registrado em período equivalente nos últimos 14 anos. Desde 2010, quando 114.265 focos foram registrados, não havia tantas queimadas neste período no país. Somente a região da Amazônia Legal é responsável por mais de metade desses focos.
Os estados que mais têm focos de queimada no mês de agosto são Mato Grosso, com 19,3% do total, Pará (19,1%), Amazonas (14,5%), Mato Grosso do Sul (8,5%), São Paulo (7,1%), Rondônia (6,1%), Minas Gerais (4,4%), Maranhão (3,9%), Tocantins (3,6%) e Acre (2,7%).
Em meio a alta de queimadas pelo país, a Polícia Federal abriu 31 inquéritos para investigar suspeitas de incêndios criminosos no país.
Ao todo, 29 inquéritos são sobre ocorrências na Amazônia e no Pantanal. Outras duas investigações envolvem São Paulo, que tem 48 municípios em alerta máximo de queimadas.