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Rogério Marinho
Senador líder da oposição questiona falas de Moraes alegando parcialidade em ação que será relatada por ele.| Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, criticou nesta quinta (14) as falas do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), alegando parcialidade ao ligar as explosões na Praça dos Três Poderes com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Pela manhã, o magistrado afirmou que as explosões não foram um ato isolado e apontou uma relação com o que ele chamou de “gabinete do ódio” supostamente existente no Palácio do Planalto.

“Fico triste ao ver o ministro, já pela manhã, declarar que esse caso lamentável seja fruto de gabinete do ódio. O ministro toma uma decisão antes de se debruçar sobre o caso. Pergunto onde está a sua imparcialidade”, disparou Marinho em entrevista à Folha de S. Paulo.

Ele ainda defendeu que o projeto de lei que concede anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 siga tramitando no Congresso como uma forma de pacificar o país. A fala bate de frente com alegações da esquerda e mesmo de membros do governo contrários à medida.

“Mais do que nunca se está na hora de pacificar o país, de se distensionar o processo. E a solução política está dentro do Congresso Nacional, com a anistia”, ressaltou defendendo, ainda, o encerramento definitivo do inquérito das “fake news” instaurado há quase seis anos.

Rogério Marinho classificou as falas de Moraes como “ilações” e já tomando um lado no inquérito que ele irá relatar. Barroso o designou como relator no STF da investigação que está sendo feita Polícia Federal. Para ele, há ainda uma espécie de “dois pesos, duas medidas” entre o caso do homem que atirou as bombas e Adélio Bispo, autor da facada contra Bolsonaro em 2018.

Naquela época, Bispo foi tratado como um “lobo solitário”, mas o autor das explosões desta quarta (13) como ligado à direita pelo simples fato de ter sido filiado ao PL e concorrido em uma eleição municipal em Santa Catarina.

“O que aconteceu ontem foi lamentável. Todos os solidários com quem poderia ter sido atingido por esse episódio, cuja grande vítima foi o próprio autor”, completou o senador.

Moraes disparou que “o que ocorreu ontem [quarta, 13] não é um fato isolado do contexto. [...] É um contexto que se iniciou lá atrás quando o famoso ‘gabinete do ódio’ começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o STF principalmente, contra a autonomia do Judiciário e contra os ministros e familiares de cada um”.

Ainda classificou o ato como um “extremismo que nasceu e cresceu no Brasil em tempos atuais” e que precisa ser combatido. Para ele, esse “discurso de ódio” foi se avolumando “sob o falso manto de uma criminosa utilização da liberdade de expressão”.

“Só é possível a pacificação do país com a responsabilização dos criminosos, não existe possibilidade de pacificação com anistia a criminosos. Criminoso anistiado é um criminoso impune”, emendou pedindo a “responsabilização total daqueles que atentaram contra a democracia, que geram eventos como ontem”.

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