O tenente-coronel Mauro Cid se manteve em silêncio durante o depoimento convocado para esta quinta (24) à CPI aberta pela Câmara Legislativa do Distrito Federal para investigar os atos de 8 de janeiro, em Brasília.
O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à Câmara pouco antes do início da sessão e afirmou, logo no começo das considerações sobre o trabalho que prestava – um “serviço de secretariado executivo ao ex-presidente” –, que não iria responder a nenhuma das perguntas dos deputados distritais.
A estratégia é a mesma adotada durante o depoimento à CPMI aberta no Congresso, em meados de julho. Ele teve a garantia de um habeas corpus que obteve no Supremo Tribunal Federal (STF) para não responder a perguntas que pudessem incriminá-lo.
“Em respeito ao Congresso Nacional e seguindo a mesma linha adotada naquela CPMI, considerando a minha inequívoca condição de investigado, e por orientação da minha defesa técnica, farei uso, em toda essa sessão, do meu direito constitucional ao silêncio”, afirmou.
O presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT-DF), disse que "o senhor não respondeu nenhuma das perguntas. O silêncio foi bastante elucidativo para todos nós". Cid foi questionado, entre outros assuntos, sobre a participação no suposto esquema de desvio de joias e presentes oficiais para venda nos Estados Unidos, movimentações financeiras, carreira militar ou envolvimento em planos para um golpe de estado.
Cid disse, ainda durante a explicação das atividades que prestava ao ex-presidente, que apenas executava as ordens recebidas do seu superior e que, “pela discrição inerente à função”, “não questionávamos o que era tratado nas agendas e reuniões”.
“Nos quatro anos em que servi como ajudante de ordens, não estava na minha esfera de atribuição analisar propostas, projetos ou demandas trazidas pelos ministros de Estado, autoridades e demais apoiadores. Ou seja, não participava de atividades relativas à gestão pública”, completou.
Além do depoimento à CPI do DF, Mauro Cid foi reconvocado pela CPMI do 8/1 a prestar um novo depoimento ainda a ser agendado.
Ainda na sessão desta quinta (24), os deputados distritais aprovaram um requerimento para convocar o hacker Walter Delgatti Neto a prestar depoimento à comissão. Os parlamentares também requisitaram acesso a documentos do Comando Militar do Planalto (CMP) e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para esclarecer os procedimentos adotados para a segurança das instalações do Palácio do Planalto, como o "Plano Escudo".
Os deputados distritais também aprovaram a prorrogação dos trabalhos da CPI por mais 90 dias.
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