CPMI do 8 de Janeiro realiza reunião para ouvir depoimento do tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente da República Jair Bolsonaro| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senad
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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que não vai responder as perguntas de parlamentares em audiência na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. Ele foi convocado para uma oitiva nesta terça-feira (11), mas afirmou no começo da sessão que vai se apoiar no habeas corpus que obteve do Supremo Tribunal Federal (STF) para não responder perguntas que possam incriminá-lo. Ele está preso preventivamente por supostas fraudes em cartões de vacina.

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Na abertura da oitiva, Cid dez uma explanação sobre os 27 anos de serviço militar, nos quais “nunca teve qualquer ingerência ou indicação política”, nem mesmo a de ajudante de ordens do presidente. Listou as responsabilidades e as tarefas que lhe competiam, destacando a “necessária discriminação e distanciamento das funções públicas”.

Alvo de oito investigações sobre supostas alegações, como o envolvimento no “triste episódio do 8 de janeiro”, o tenente-coronel reiterou que fará uso do direito constitucional para manter-se calado e lamentou que a PGR não tenha aceitado a revogação de sua prisão há 70 dias.

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A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), começou a sua série de perguntas alertando Cid sobre os riscos de os atos dele na CPMI envolverem a mulher e as filhas adolescentes na investigação de crimes, como a da suposta adulteração de cartões de vacina. Ela explorou o suposto aproveitamento de uma fraude pela filha dele que estuda nos Estados Unidos. Eliziane disse que pode oficiar o governo americano desse fato. Membros da oposição protestaram, lembrando que as afirmações fogem do objeto do colegiado. Cid permaneceu calado.

Além das questões sobre a suposta fraude com cartões de vacina, a relatora cobrou de Cid explicações sobre nome de empresários que estariam envolvidos no financiamento dos atos de 8 de janeiro, sobre encontros de Bolsonaro constantes na agenda, sobre o chamado “roteiro do golpe”, encontrado no seu celular, sobre o perfil de integrantes de grupos de WhatsApp e até sobre as visitas que o depoente recebeu na cadeia, como os ex-ministro Eduardo Pazuelo, o ex-secretário de comunicação Fábio Wangarten e o coronel Jean Lawand Júnior, que já prestou depoimento na CPMI.

A estratégia dos governistas é constranger o depoente com perguntas e afirmações em torno de supostos indícios de planejamento de um golpe de Estado, conforme mensagens obtidas em seu celular pela Polícia Federal, e assim tentar fazê-lo quebrar o silêncio garantido pela Justiça.

O deputado Duarte (PSB-MA) cumpriu a promessa de pressionar Cid com a ameaça de convocar a esposa dele, Gabriela. Chamando o militar de covarde e de capacho do ex-presidente, o parlamentar confrontou Cid, interrompeu sua resposta e expôs mensagens dela que tratariam de suposta orquestração de golpe de Estado.

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) criticou o tom agressivo e não-urbano de Duarte, que teria tratado o depoimento com deboche e com meios "transversais e intimidatórios" para cobrar respostas.

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Senador Girão reclama da exclusão de pedidos da oposição na CPMI

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) reclamou da exclusão dos pedidos para abrir sigilo das imagens de palácios e da convocação do fotógrafo Adriano Machado, da Reuters, que poderia explicar a suspeita de encenação com vândalos. Ele também avisou que irá processar parlamentares da CPMI responsáveis pela divulgação de imagens que o associam a agentes da tentativa de atentado na véspera do Natal.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]