Simone Tebet é filiada ao MDB e ocupa um dos principais ministérios do governo, o do Planejamento e Orçamento.| Foto: divulgação/MDB
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O ministro Márcio França, do Empreendedorismo, afirma que o MDB é atualmente o “adversário principal” do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo ocupado três ministérios da Esplanada – entre eles um dos principais, o do Planejamento e Orçamento com Simone Tebet.

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O pessimismo se dá por conta da participação do partido na eleição municipal de São Paulo, que terá o atual prefeito Ricardo Nunes concorrendo à reeleição com o coronel Mello Araújo como vice. O militar foi escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para compor a aliança de centro-direita no maior colégio eleitoral do país.

“Hoje, por exemplo, o MDB é o adversário principal [do governo]. Tem o candidato que teoricamente representa o bolsonarismo na capital em São Paulo. O MDB de São Paulo também controla o MDB nacional”, disse França em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo (23).

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Para ele, Lula precisará fazer uma reforma ministerial após as eleições municipais dependendo de como os partidos da base governista se saírem pelo país. “Certamente, no pós-eleições, nós teremos necessidade de fazer o rearranjo. O MDB do Nordeste tem muita afinidade com o presidente Lula, mas não têm o controle numérico do partido”, pontuou.

Na semana passada, em meio ao indiciamento do ministro Juscelino Filho, das Comunicações, Lula foi indagado se poderia mexer nos titulares da Esplanada – até por conta da dificuldade de conseguir votos de partidos da base, como União Brasil e PSD. Ele, no entanto, negou que vá mexer no time.

França reconhece que há uma dificuldade em ter uma base mais homogênea, mas que há pouco a se fazer principalmente por conta do aumento das emendas parlamentares. Isso é alvo de críticas constantes dos aliados mais próximos.

“O governo permitiu a desculpa que eles [parlamentares] queriam para poder votar a favor. Se eu não faço parte do governo, voto contra. Agora, se faço parte do governo, pelo menos um pouco eu voto a favor. Hoje, com esse número de padrão e valores de emendas, ter ministério ou não passou a ser um pouco secundário. O valor expressivo das emendas é muito mais decisivo para o efeito de ter rapidez e votação”, pontuou.

A eleição na capital paulista é vista como crucial pelo governo e pela articulação política que pode sair depois. Lula tem se empenhado pessoalmente para apoiar Guilherme Boulos (PSOL), principal adversário de Nunes.

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Para o ministro Márcio França, uma eventual eleição em primeiro turno de Nunes será uma derrota para Lula. “Por isso, a existência da Tabata (Amaral, como candidata) tranquiliza. Com ela, dificilmente será em um turno. Com Pablo Marçal, é praticamente impossível. É sempre bom ganhar, mas não seria derrota grave, se for segundo turno”, disse.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]