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A possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro ser submetido a uma nova cirurgia está, a princípio, "afastada". É o que diz o médico-cirurgião Antônio Macedo, que o acompanha no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. O organismo de Bolsonaro tem reagido bem após os exames feitos e começou a se alimentar com dieta líquida.
Em boletim médico divulgado na noite desta quinta-feira (15), o Vila Nova Star informa que Bolsonaro mantém "evolução clínica satisfatória" e que, devido a isso, foi retirada a sonda nasogástrica. Em função disso, a unidade hospitalar planeja o "início da alimentação para amanhã [sexta-feira (16)]". Contudo, destaca que o presidente da República segue sem previsão de alta hospitalar.
O boletim não fala sobre o "afastamento" da necessidade de uma nova cirurgia. Quem falou isso foi o próprio Macedo — que assina a nota — em entrevista ao apresentador Sikêra Jr., na TV "A Crítica", do Amazonas. Ao lado de Bolsonaro, ele detalhou os motivos que o levam a descartar, por ora, um procedimento invasivo.
"A cirurgia, em princípio está afastada, uma vez que o intestino voltou a funcionar e o abdomen está mais flácido e mais funcionante", declarou. Macedo destacou que o presidente se recupera bem e tem se alimentado com uma dieta líquida.
"O presidente, hoje, melhorou. Ele ainda está com sonda gástrica, estamos estudando a retirada da sonda, porque os barulhos do abdômen são bons e aquela área obstruída do lado esquerdo, fruto de aderências e consequência de toda essa complicação que ele teve", afirmou Macedo. A entrevista foi concedida antes da divulgação do boletim médico, que anunciou a retirada da sonda.
"Chance de cirurgia está bastante afastada", diz Bolsonaro
Segundo o médico, a área obstruída "está mais permeável, palpável". "Já está mais absorvida. E isso pode permitir a nós a retirada da sonda gástrica, mantendo ainda uma dieta líquida para assegurar que não haja mais nada", disse, ao fim da tarde desta quinta. A referida sonda foi retirada, como informa o boletim médico.
Ao apresentador, Bolsonaro reforçou o otimismo em não ser submetido a uma nova cirurgia. "Cheguei aqui no dia de ontem, com indicativo muito forte para cirurgia, tendo em vista que foi constatada uma obstrução intestinal. Isso tudo aconteceu dada a facada que eu recebi e das quatro cirurgias. Essa obstrução é sempre um risco muito alto. Mas, de ontem para hoje, evoluiu bastante esse quadro. Então, a chance de cirurgia está bastante afastada", destacou.
A recuperação de Bolsonaro vai em linha com o otimismo demonstrado pelo senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) na manhã desta quinta. Ele afirmou em suas redes sociais que o pai "acordou bem disposto e, a continuar assim, não precisará fazer cirurgia".
Também pela manhã, outro filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), informou em suas redes sociais que a equipe médica retirou um litro de líquidos do aparelho digestivo de seu pai. O deputado disse ainda esperar que seu pai não precise passar por nova cirurgia, embora ele também tenha dito que ainda não sabia se será possível a recuperação do pai sem a necessidade de uma nova cirurgia.
Bolsonaro havia sido internado em Brasília
Bolsonaro foi diagnosticado com um quadro de suboclusão intestinal, uma obstrução do intestino. Ele havia se internado na quarta (14) pela manhã no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, sentindo dores abdominais e com uma crise de soluço.
O cirurgião Antônio Luiz Macedo, que operou Bolsonaro para corrigir sequelas do atentado a faca em 2018, foi até Brasília para examiná-lo logo após o presidente ter sido internado. Foi Macedo quem tomou a decisão de levar Bolsonaro a São Paulo para avaliar a necessidade ou não de uma cirurgia. O presidente chegou a São Paulo ainda na quarta, onde passou a noite no Hospital Vila Nova Star.