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Informação errada do governo

Mesmo com novas provas, Toffoli não deve rever decisão da Odebrecht, diz jornal

Dias Toffoli ignorou laudo da PF que atestava integridade das provas da Odebrecht (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

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Mesmo após o Ministério da Justiça confirmar novas provas da Lava Jato, em cooperação internacional da Odebrecht com a Suíça, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), poderá não rever a decisão que anulou todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht. A informação foi publicada pela Folha de S. Paulo, na noite desta quinta (14), com base em informações de bastidores.

De acordo com a reportagem, o magistrado tem dito a interlocutores que "a nova manifestação do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), de que encontrou registro de pedido da operação para realizar cooperação com a Suíça, não esvazia a tese que o levou a tomar a decisão".

O governo apresentou um novo documento comprovando a cooperação internacional, na última quarta (13), após ter negado a informação no final de agosto, quando comunicou ao ministro não ter encontrado internamente qualquer dado sobre a existência dos sistemas da empreiteira que geriam o “departamento de propinas”. A falta de confirmação por parte do Ministério da Justiça levou Toffoli a anular as provas da Odebrecht.

A regularidade dos procedimentos também havia sido confirmada pela Corregedoria do MPF em sindicância, por ordem do ministro aposentado Ricardo Lewandowski, o que foi ignorado por Toffoli.

Toffoli tem alegado, em conversas reservadas, que os documentos contidos no processo comprovam que a equipe da Lava Jato usou dados oriundos de outros países antes de o órgão do Ministério da Justiça finalizar o processo de atuação conjunta internacional.

Na decisão que anulou as provas da Odebrecht, o ministro argumentou que não haveria comprovação de que cópias dos sistemas Drousys e MyWebDay, armazenados na Suécia e na Suíça e usados por executivos da empreiteira para gerir e registrar as propinas, foram remetidos ao Ministério Público Federal (MPF) no Brasil com anuência do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e que representa o Estado brasileiro nas cooperações internacionais.

O novo ofício da pasta ao STF, confirmando a atuação do DRCI no caso, foi apresentado no âmbito de uma petição do advogado Rodrigo Tacla Duran, acusado pela Lava Jato de operar contas da Odebrecht no exterior. A chefe do departamento diz ter identificado em seus sistemas, em uma nova pesquisa, um pedido de assistência em matéria penal para a obtenção da “cópia integral eletrônica dos dados relativos ao sistema DROUSYS”.

A informação foi enviada depois que a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) rebateu os argumentos de Toffoli para anular as provas da Odebrecht e citou expressamente o documento que o ministro havia dado falta. Na última terça, a entidade recorreu da decisão do ministro.

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