O déficit nominal do Brasil está quase tão alto quando o do período mais crítico da pandemia de covid-19. De acordo com dados do Banco Central, em março, o déficit no acumulado de 12 meses chegou a R$ 998,6 bilhões. Em janeiro de 2021, o déficit atingiu seu maior valor, chegando a R$ 1,016 trilhão. O resultado nominal é a diferença entre o que a União arrecada e gasta, incluindo o pagamento dos juros da dívida bruta.
Em dezembro de 2021, a dívida chegou a 87,5% do PIB devido aos gastos extraordinários com a pandemia de Covid-19. Mas já no fim de 2022, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o comando do Executivo Fedral, o Brasil devia R$ 7,225 trilhões, o equivalente a 71,7% do PIB – ou seja, de todas as riquezas produzidas pelo país. Um ano depois, o saldo já chegava a R$ 8,079 trilhões, ou 74,4% do PIB. E, em março de 2024, alcançou R$ 8,347 trilhões, o que corresponde a 75,7% do PIB.
Mesmo diante do aumento de 4,5 pontos percentuais no endividamento público em sua gestão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não quer discutir o assunto. Na terça-feira (7), Lula se disse irritado em relação às cobranças que tem sofrido pelo aumento da dívida pública já que, segundo ele, essa discussão não ocorre em nenhum país do mundo.
No entanto, nos países citados por Lula, Estados Unidos, Japão e Itália, os juros são bem menores do que no Brasil, o que faz com que o crescimento da dívida se dê de forma menos ascendente.
Outro ponto é que o impacto econômico dos gastos extraordinários realizados em razão das enchentes no Rio Grande do Sul pode piorar ainda mais a trajetória dos gastos públicos. Além do incremento nos programas sociais, a suspensão no pagamento da dívida do Estado irá aumentar a dívida bruta do governo.
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