A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro assumiu nesta terça-feira (21) a presidência do braço interno do Partido Liberal (PL) voltado para as mulheres. A partir de agora, a mulher do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai percorrer o Brasil no intuito de ampliar a participação feminina na política.
"Nós iremos nos ajudar e nos fortalecer. Irei percorrer todo o Brasil para ver pessoalmente a necessidade de cada município e de cada estado. Estamos numa crescente de cada vez mais mulheres ocupando espaço de lideranças no Brasil. Nós já provamos que nós conseguimos conciliar a agenda de mãe, mulher e profissional", destacou Michelle durante o evento em Brasília.
O movimento faz parte de uma estratégia do presidente nacional do PL, o ex-deputado Valdemar da Costa Neto, de também ampliar a visibilidade política de Michelle Bolsonaro. Além disso, o líder do PL espera triplicar o número de prefeituras comandadas pela legenda nas eleições municipais do ano que vem, saltando das atuais 343 para pelo menos mil.
"A única joia preciosa aqui hoje são vocês [mulheres]. Temos que unir forças, juntar e não separar. Esse é um novo ciclo do PL Mulher. É um momento onde iremos nos ajudar e nos fortalecer para trabalhar para aqueles que mais precisam", disse Michelle.
Bolsonaro participou do evento por meio de vídeoconferência
O ex-presidente participou da cerimônia por meio de videoconferência, e chegou a se emocionar. Fora do Brasil desde dezembro do ano passado, Bolsonaro tem participado à distância de reuniões e eventos da sigla.
"Obviamente que eu gostaria de estar presencialmente nesse evento ao lado da minha esposa e da minha família, mas a vida se faz em momentos felizes e momentos tristes. E tudo passa a ser ensinamento para nós. E creio eu que esse momento difícil para todos os brasileiros teria que ser dessa forma. Por vezes temos que sofrer para darmos valor ao que está em nosso lado", disse.
Da família do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP) e sua esposa, Heloísa, compareceram à posse de Michelle. O evento também contou a com presença dos parlamentares Tiririca (SP), Maurício do Vôlei (SP), Bia Kicis (DF), Silvia Waiãpi (AP) e Amália Barros (MT).
PL vai investir na carreira política de Michelle Bolsonaro
Antes do evento, o presidente do PL, Costa Neto, descartou, neste momento, a possibilidade de a ex-primeira dama disputar um cargo eletivo. Apesar disso, o nome de Michelle é visto como um possível trunfo político diante da possibilidade de Jair Bolsonaro se tornar inelegível até 2026.
"Nós queremos que ela percorra os estados e depois, no ano que vem é outra coisa. Eleição é diferente, nós vamos precisar do Bolsonaro e, inclusive, da Michelle no ano que vem. Nós temos que estudar a maneira que eles vão trabalhar agora, por enquanto nós temos um ânimo de todo o pessoal dos estados de querer fazer grandes eventos com a Michelle", defendeu o presidente do PL.
Ainda de acordo com Costa Neto, Michelle Bolsonaro não demonstrou interesse em ser candidata, mas trabalhar para fazer o PL Mulher crescer. "Ela já me falou que não quer ser candidata a nada, mas que quer cuidar dos deficientes, que isso é oportunidade que Deus deu para ela. Ela quer cuidar dos deficientes e cuidar do PL Mulher para fazer que cada vez mais mulheres entrem na política", completou.
Questionada sobre uma eventual candidatura, Michelle disse que "no momento" não está no seu radar. "Acho que a gente não deve falar ‘nunca’, né? Mas, no momento, não”, disse a ex-primeira dama ao deixar o evento do PL em Brasília.
Apesar disso, líderes do partido já avaliam que, além de uma eventual candidatura à Presidência, Michelle teria capital para, por exemplo, disputar uma cadeira do Senado pelo Distrito Federal. A mulher do ex-presidente Bolsonaro foi uma das principais responsáveis pela candidatura de Damares Alves na capital no ano passado.
Filho do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) argumentou que a decisão de uma candidatura cabe apenas a Michelle. "Ela tem todos os atributos e é muito bem quista pela população, além do público evangélico. As mulheres merecem ser ouvidas cada vez mais pela nossa sociedade e têm muito a contribuir. É uma decisão que cabe só a ela", disse.
A cúpula do PL planeja contratar nas próximas semanas uma pesquisa de opinião para avaliar o impacto da história das joias sobre a imagem da ex-primeira-dama. A avaliação interna é de que Michelle foi menos atingida do que Bolsonaro pelas suspeitas sobre o caso.
Agenda de viagens vai ser definida com a volta de Bolsonaro ao Brasil
Inicialmente, a expectativa da cúpula do PL era de que Michelle começasse a rodar o país já nos próximos dias. Contudo, a definição da agenda só será feita quando o ex-presidente Bolsonaro regressar ao Brasil.
De acordo com lideranças do PL, a expectativa é de que isso ocorra ainda nas primeiras semanas de abril. O ex-presidente chegou a sinalizar sua volta ao Brasil para o mês de março, mas houve um recuo depois da revelação do caso das joias.
A agenda de Michelle deve começar pelos estados do Sul e do Centro-Oeste, regiões onde Bolsonaro teve votação mais expressiva na disputa eleitoral de 2022. O projeto lançado nesta terça por Michelle também pretende “reunir histórias de desafios e superação por todo o país, mostrando o trabalho de mulheres que atuam para melhorar a vida de outras pessoas”.
Segundo o partido, será criada uma rede de mulheres “que fazem acontecer, são corajosas, ocupam seus espaços e que, se quiserem, ocupem também espaços dentro da vida partidária”.
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