Durante depoimento à Polícia Federal (PF) neste domingo (23), os nove militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) flagrados pelas câmeras de circuito interno do Palácio do Planalto explicaram que não realizaram prisões dos invasores devido ao “risco de vida” envolvido na situação, segundo informações do Portal G1.
As imagens divulgadas na quarta-feira (19) pela CNN Brasil sugerem que os servidores do órgão responsável por proteger o presidente da República e o patrimônio da Presidência agiram de forma passiva e até favorável à ação de invasores de 8 de janeiro.
Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), os militares foram ouvidos na sede da PF em Brasília como parte da investigação dos atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes. As imagens do Palácio do Planalto mostrando servidores do GSI interagindo com os invasores resultou na demissão do general Marco Gonçalves Dias, ministro chefe do órgão, que também estava presente.
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A investigação busca determinar se houve colaboração entre o GSI e os militantes. As gravações de vídeo mostram momentos em que agentes conversavam com invasores, orientavam a deixar as salas e gabinetes e até lhe servem água, caso do major José Eduardo Natale. No depoimento, os militares alegaram que tudo era parte da técnica de gerenciamento de crise.
Os militares explicaram também que os invasores eram em número muito superior ao efetivo presente do GSI, impossibilitando a reação. Eles repetiram a justificativa dada por G. Dias, como é conhecido o ex-ministro de Lula, de que a estratégia era conduzir os invasores dos terceiro e quarto andares para serem presos no segundo.
Na sexta-feira (21), Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre os atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes, determinou que todos fossem ouvidos pela PF em 48 horas. G. Dias foi ouvido antes, na sexta-feira (21). A corporação intimou os militares que foram identificados nas gravações pelo ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, logo após assumir o cargo.
Os nomes servidores ouvidos neste domingo (23) não foram divulgados oficialmente. Segundo o G1, são eles: Adilson Rodrigues da Silva, Alexandre Santos de Amorim, Alex Marcos Barbosa Santos, André Luiz Garcia Furtado, Carlos Feitosa Rodrigues, José Eduardo Natale de Paula Pereira, Laércio da Costa Júnior, Marcus Vinícius Bras de Camargo e Wanderli Baptista da Silva Júnior.
Moraes também determinou a quebra do sigilo das imagens captadas durante a invasão para envio à investigação que está em andamento no STF. As imagens estavam em poder do GSI e foram utilizadas como provas iniciais para justificar a abertura de sindicância contra os envolvidos.
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