Um dia depois de ser exonerado do cargo de secretário-executivo adjunto do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Diego Galdino de Araújo retornou ao cargo para substituir o atual “número 2” da pasta, Ricardo Cappelli, durante o período de férias.
Araújo havia sido exonerado horas antes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciar oficialmente a escolha do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, para substituir Flávio Dino no ministério. A exoneração foi vista inicialmente por aliados e interlocutores como um primeiro ato de Lewandowski em começar a nomear pessoas de confiança para cargos importantes na pasta.
A posição de Araújo é a de “número 3” do ministério, sendo o braço direito do secretário-executivo, que é o primeiro a responder em caso de ausência do ministro de Estado. A reversão da exoneração foi publicada na edição desta sexta (12) do Diário Oficial da União (DOU) – “tornar sem efeito” (veja na íntegra).
Diego Galdino de Araújo também é um nome de confiança de Flávio Dino e já havia viajado ao Maranhão após a exoneração. Com o ato desta sexta (12), ele deve voltar a Brasília para ocupar o cargo deixado temporariamente em aberto por Cappelli e acompanhar o início da transição entre o atual e o futuro ministro.
Já Ricardo Cappelli via acompanhar a fase final da transição até a posse de Lewandowski no cargo em 1º de fevereiro. Após isso, ele deve ser indicado a outro cargo, mas possivelmente fora do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Interlocutores afirmaram que ele não pretende assumir uma posição que tenha uma projeção menor do que a atual, como por exemplo a de secretário nacional de segurança pública.
Cappelli chegou a ser cotado para assumir o cargo de ministro e era o preferido de Flávio Dino, mas Lula decidiu entregar o ministério a Lewandowski por ter uma proximidade com o magistrado. Foi ele quem suspendeu as ações penais do presidente e abriu caminho para disputar a eleição presidencial de 2022.
A diretora-executiva nacional do PT, Camila Moreno, afirmou que o nome de Cappelli também foi dispensado por Lula por conta do passado “antipetista” dele, em que teria feito postagens críticas ao partido nas redes sociais “há menos de cinco anos”.
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