A ministra da Saúde, Nísia Trindade| Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil.
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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, culpou o “machismo, inclusive no campo da esquerda”, pela pressão que tem sofrido no comando da pasta e disse que “fogo nunca é amigo” ao se referir ao seu relacionamento com o Centrão. As declarações foram dadas durante entrevista concedida à CNN Brasil, nesta quinta-feira (21).

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Questionada sobre seu embate com o Centrão, Nísia disse que essa visão é muito “superficial” e apontou problemas históricos associados à condução da pasta. A ministra também defendeu o diálogo com o Congresso e o Centrão, mas questionou a expressão “fogo amigo” usada pela entrevistadora.

“De 2017 para cá houve uma mudança muito grande no papel do Legislativo e do Executivo. É disso que se trata, não é questão de pessoas, de partidos isolados [...] As emendas parlamentares são bem-vindas, estamos em um momento de divulgar todos os equipamentos do PAC Saúde e eu tenho buscado me reunir com líderes da nossa base do governo, já conversei com o presidente da Comissão de Saúde, e eu acho que esse é o caminho: diálogo, mas com a estratégia de programa de governo. E, fogo, para mim, nunca é amigo”, afirmou a ministra.

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Na segunda-feira (18), Nísia foi duramente questionada pelo presidente Lula (PT), durante reunião ministerial, a respeito da gestão da crise na Saúde do Rio de Janeiro. O episódio gerou especulações de que a ministra poderia perder o comando da pasta. Na terça-feira (19), o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou a permanência de Nísia no Ministério da Saúde.

Nesta quarta-feira (20), a ministra minimizou a atitude de Lula e reconheceu que houve falha no diálogo entre a pasta e os gestores dos hospitais federais do Rio de Janeiro, no ano passado. Apesar da pressão e da possibilidade de que poderia ser demitida, Nísia afirmou que tem a confiança de Lula e que o ministério está “integrado com as ações de governo”.

Ainda, durante entrevista à CNN Brasil, nesta quinta-feira (21), a ministra relacionou a pressão política que tem sofrido ao fato de ser mulher.

“Com certeza a questão de gênero está mais do que evidenciada no meu caso apesar de até o momento eu não ter falado disso, mas não tenho a menor dúvida. Isso não diz respeito só a políticos de partido A ou B, isso nós vemos no próprio campo (da esquerda)… Eu sou uma pessoa sem filiação partidária, mas sempre fui uma pessoa de posições de esquerda e eu vejo claramente que em qualquer ambiente manifestações do machismo existem. No caso do Ministério da Saúde, que é um Ministério com o orçamento que nós sabemos, com a capilaridade e a importância que tem, claro que isso é mais acentuado. Também há um estereótipo de autoridade na nossa sociedade com padrão agressivo”, afirmou a ministra ao se dizer feminista e defender o seu estilo de liderança.

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