O vice-presidente do PT, Washington Quaquá, acusou Anielle Franco de ter indicado um suposto funcionário fantasma da prefeitura de Maricá (RJ)| Foto: Zeca Ribeiro e Billy Boss/Câmara dos Deputados
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A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, reclamou de “perseguição política” após o vice-presidente do PT e prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, dizer que encontrou indícios de que um suposto funcionário fantasma da prefeitura teria sido indicado por Anielle na gestão passada.

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Quaquá disse que apresentará denúncia no Conselho de Ética do partido nesta terça-feira (18).  

“Me mandaram um recado que havia sido contratado um funcionário fantasma a pedido dela. Sendo ou não dela, eu mandei abrir inquérito. Eu fui ver se esse caso de Maricá era verdadeiro, e descobri que, além de tudo, o cara era ‘consultor’ dela enquanto ainda estava em Maricá. Infelizmente, na esquerda e na direita, temos esses santos de bordel. É por isso que o povo anda tão descrente em política”, disse Quaquá ao jornal Metrópoles, na segunda-feira (17).

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Em nota, a pasta comandada por Anielle negou a acusação e disse que tentativas de “desinformação e fake news serão respondidas à altura”.

“Não há ilegalidade em nenhuma consultoria de apoio ao Ministério da Igualdade Racial. Os consultores participantes do projeto são contratados e remunerados diretamente pelo Banco CAF em apoio e fortalecimento do Ministério da Igualdade Racial. O edital de seleção foi elaborado seguindo os critérios e padrões internacionais informados pelo banco. A consultoria é financiada com recursos de cooperação internacional, seguindo os parâmetros legais do padrão de apoio institucional do Governo Federal", diz a nota do Ministério.

"A Ministra Anielle Franco afirma que perseguição política e violência política não serão toleradas e toda e qualquer tentativa de desinformação e fake news serão respondidas à altura, por medidas cabíveis”, diz outro trecho da nota.

Briga interna

O atrito entre Quaquá e Anielle começou no ano passado, quando o vice-presidente do PT pediu cautela em relação à suspeita de que Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE), estaria envolvido na morte da vereadora e irmã de Anielle, Marielle Franco, em 2018.

Quaquá fez o pedido em 25 de março de 2024, um dia depois das prisões de Domingos Brazão, do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), e do ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa.

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Na ocasião, Quaquá disse que conhecia Domingos Brazão há 20 anos e que é preciso ter “clareza” ao associá-lo ao crime.

Dias depois, no começo de abril de 2024, Anielle se filiou à sigla do presidente Lula (PT).

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]