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Guerra no Oriente Médio

Ministro diz que carta pró-Hamas é usada de forma “equivocada” por quem quer promover disputa política

O Ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta (PT-RS). (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados.)

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O Ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta (PT-RS), afirmou nesta quarta-feira (11) que a carta pró-Hamas, assinada em 2021 por ele e por outros membros do PT, "tem sido utilizado de forma absolutamente equivocada" por pessoas que tentam promover "disputa política". O manifesto veio à tona após o governo Lula não classificar como terrorista o grupo Hamas que ataca Israel desde o último sábado (7). A ação do Hamas deu início a uma guerra na região.

Pimenta disse que cabe ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) definir o conceito de organização terrorista e que o Brasil segue o entendimento da entidade. "Na realidade, esse manifesto tem sido utilizado de forma absolutamente equivocada por pessoas que tentam em qualquer momento transformar as coisas em disputa política, como se essa fosse a centralidade da nossa preocupação. A nossa preocupação hoje é a promoção da paz", disse o ministro em entrevista à GloboNews.

Além de Pimenta, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha (PT-SP), também assinou a carta. Questionado se tinha mudado de posicionamento após o ataque do grupo extremista a Israel, o ministro ressaltou que segue o entendimento do governo brasileiro.

"O Brasil tem uma posição histórica, existe uma delegação, uma competência para informar esse conceito de organização terrorista no mundo inteiro e há uma compreensão por parte de todos os países que compete ao Conselho de Segurança da ONU a definição a respeito disso. O Brasil, historicamente, sempre respeitou e acompanhou a posição do Conselho", apontou.

O manifesto foi motivado por uma declaração do governo britânico em 2021, que contou com o apoio dos Estados Unidos e de países da União Europeia. Nele, os signatários criticaram a classificação do "Movimento de Resistência Islâmico - Hamas" pelo Reino Unido como uma "organização terrorista".

Durante a entrevista, Pimenta alegou que o documento tinha sido utilizado para dificultar a chegada de ajuda humanitária durante a pandemia em Gaza. Para o ministro, "querer vincular um gesto de nossa parte no sentido de evitar o corte de ajudas humanitárias para uma situação dramática em Gaza durante a pandemia e tentar fazer um vínculo disso com o que está acontecendo agora é no mínimo desonestidade intelectual".

"A nossa preocupação não pode estar pautada naquilo que a oposição gostaria que nós disséssemos. Ontem, nós tivemos uma sessão lamentável na Câmara dos Deputados, é como se o processo eleitoral não acabasse nunca, cada fato serve para alimentar discurso de ódio e indolência, temos que virar essa página", afirmou Pimenta.

"Nós não podemos alterar [a classificação do Hamas], em função de uma situação específica, [por] uma posição histórica, que inclusive tem sido fundamental para que o Brasil possa ser reconhecido como um país protagonista da possibilidade da construção de acordos para conflitos internacionais", acrescentou o ministro sobre as críticas da oposição quanto à classificação do grupo extremista.

Pimenta afirmou que o Brasil "condenou desde o primeiro momento todo o ato de violência contra as populações civis". O ministro afirmou que o governo tem, no momento, duas prioridades: ajudar a construir a paz com a interlocução do Brasil na ONU e garantir a vida e o repatriamento dos brasileiros que estão em Israel, Gaza e Cisjordânia.

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