O ministro da Defesa, José Múcio, disse que a investigação após a Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na última terça-feira (19), com a prisão de quatro militares e um policial federal suspeitos de planejar o assassinato de autoridades em 2022, para dar um golpe no país, pode mostrar que os crimes foram cometidos por "um grupo isolado", e não pelas corporações militares.
Entre os alvos do grupo estariam Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que havia acabado de ser eleito presidente, seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
"Eu desejo que tudo seja esclarecido para tirar de cima das Forças Armadas a névoa da suspeição", disse o ministro ao jornal Folha de S. Paulo. "Os fatos até agora mostram que foram atitudes isoladas, que não têm relação com as Forças. Desejo que todos os que tiveram participação sejam responsabilizados por seus atos e presos", completou José Múcio.
Os mandados de prisão cumpridos pela Polícia Federal resultaram na detenção de quatro suspeitos de participação em uma organização criminosa que, segundo a PF, teria planejado um golpe de Estado em 2022, com o objetivo de tentar impedir a posse de Lula como presidente da República eleito.
PF apontou conversas sobre suposto plano para matar autoridades em aplicativo de mensagens
Segundo as investigações da Polícia Federal, os quatro militares e o policial federal presos na Operação Contragolpe conversavam em um aplicativo de mensagens sobre um suposto plano para matar Lula, Alckmin e Moraes. Foi o próprio ministro Moraes quem autorizou a operação Contragolpe.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, um documento anexado aos autos do processo pela polícia descreve a possibilidade de "utilização de envenenamento ou uso de [produtos] químicos para matar Lula". No caso do ministro do STF, de acordo com o mesmo documento, além de envenenamento, o grupo teria cogitado o uso de "artefato explosivo" para matar Alexandre de Moraes.
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