Ouça este conteúdo
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, criticou o delegado da Polícia Federal responsável por tomar seu depoimento nesta sexta-feira (17). Ele é investigado por suposto desvio de emendas parlamentares para a pavimentação de uma estrada que corta sua própria fazenda em Vitorino Freire (MA), cidade comandada por sua irmã, Luanna Rezende.
No início da oitiva, a defesa do ministro informou ao delegado que ele responderia apenas perguntas que tivessem relação com a operação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota, Juscelino afirmou que após o anúncio o delegado encerrou o depoimento "abruptamente". O interrogatório durou cerca de 15 minutos e foi feito por videoconferência. O ministro acusou a PF de utilizar métodos da Lava Jato que resultaram em "consequências danosas a pessoas inocentes".
"Infelizmente, o delegado optou por basear suas perguntas em informações que extrapolam o objeto da apuração, que sequer foram fornecidas a meus advogados, evidenciando que o propósito da investigação é devassar a minha vida e encontrar algo contra mim a qualquer custo", disse o comunicado divulgado por Juscelino nas redes sociais.
"Esse método repete o modus operandi da Operação Lava Jato que, como sabemos, resultou em consequências danosas a pessoas inocentes", disse o comunicado divulgado por Juscelino nas redes sociais", acrescentou.
O ministro afirmou ao delegado que as emendas indicadas por ele estavam dentro da legalidade e beneficiaram 11 povoados de Vitorino Freire. "No depoimento, fiz questão de perguntar se havia alguma dúvida ou acusação sobre o meu trabalho à frente do Ministério das Comunicações, visto que me tornei o personagem principal desta investigação após ser nomeado ministro. No entanto, não obtive resposta", afirmou.
Ele reforçou que sempre esteve e continua à disposição "das autoridades competentes para prestar os devidos esclarecimentos, desde que sejam respeitados os procedimentos legais e sem julgamentos prévios".
"Aguardo, com muita tranquilidade, um desfecho justo e imparcial, mantendo minha fé na Justiça e confiança na retidão dos meus atos. E espero que vazamentos seletivos, como vem ocorrendo ao longo deste processo, sejam cessados, pois ao invés de esclarecer, só distorcem a verdade dos fatos", concluiu Juscelino.
Em janeiro de 2023, o jornal Estadão revelou que o município comandado pela irmã do ministro teria recebido R$ 5 milhões em emendas parlamentares de Juscelino Filho em 2020, do então chamado "orçamento secreto", para fazer uma pavimentação de 19 quilômetros de extensão que passa por propriedades dele e da família.
VEJA TAMBÉM:
- Irmã de ministro de Lula é alvo de operação da PF por suspeita de corrupção em recursos da Codevasf no MA
- Relatório da CGU cita vantagens indevidas de ministro de Lula em obras e desvio na Codevasf
- PF investiga prefeitura de irmã de ministro de Lula por suspeita de desvios na saúde
- Barroso derruba afastamento de irmã do ministro das Comunicações em prefeitura
- TCU aponta mais irregularidades em contratos firmados com irmã de ministro de Lula