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O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira (3) que o governo do presidente Lula não se surpreendeu com as "derrotas" no Congresso Nacional, na última semana, em que os parlamentares derrubaram uma série de vetos. Um dos vetos derrubados foi o que restringiu as saídas temporárias, as "saidinhas", para presos do semiaberto.
“Nada do que aconteceu na sessão do Congresso surpreendeu os articuladores políticos do governo. Nada. Não vamos perder o mata-mata. Não estamos sendo derrotados naquilo que é essencial. E nós fizemos o debate, porque esse debate é necessário ser feito”, disse o ministro em fala a jornalista depois de reunião com líderes do governo no Congresso.
Em relação ao veto das "saidinhas", Padilha mencionou que já existia uma avaliação política de que seria derrubado, porque a proposta já tinha sido aprovada por "ampla maioria" no Congresso. "A avaliação política anterior que já existia é de que era muito difícil o Congresso Nacional, que votou por ampla maioria, inclusive congressistas do PT, provar que é um tema que não envolve governo e oposição”, afirmou.
De acordo com Padilha, o governo tem “noção” da realidade conservadora do Parlamento e, por isso, tem buscado atuar na aprovação de projetos voltados às áreas econômicas e sociais.
“O governo sempre foi muito realista. Desde o ano passado, o que nós sempre apresentamos ao Congresso Nacional é uma pauta centrada no avanço econômico e social. Nós temos noção da realidade do perfil do Congresso Nacional, que espelha o que foi o pensamento do Brasil no dia das eleições”, declarou.
Para tentar melhorar a relação com o Congresso Nacional, o governo pretende se reunir semanalmente com lideranças de governo, bancadas dos partidos aliados na Câmara dos Deputados e no Senado, como PT, PSOL e PSB. Posteriormente, as reuniões devem ser ampliadas com os partidos que atuam na Esplanada, como MDB, União Brasil e PSB.
A "derrota" do governo Lula no Congresso foi marcada também pela retomada da proibição do uso de recursos da União para financiar políticas de incentivo ao aborto, invasão de propriedades e mudanças de sexo em crianças.
Contrariando o governo, o Congresso ainda decidiu manter o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à Lei 14.197/2021, que revogou a Lei de Segurança Nacional, impedindo a criminalização da disseminação de fake news eleitorais.