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O ministro Silvio Almeida, titular da pasta de Direitos Humanos do governo federal, segue em silêncio dois dias após o início dos ataques terroristas contra Israel cometidos pelo grupo extremista Hamas. A ofensiva já vitimou mais de 1,2 mil pessoas e motivou a declaração de guerra por parte do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Além dos ataques que vitimaram centenas de civis, o grupo islâmico também capturou cidadãos israelenses, incluindo mulheres e crianças, como reféns.
A Gazeta do Povo pediu nota de posicionamento ao ministério, mas não houve retorno. Silvio Almeida tem sido pressionado pela oposição a se manifestar em repúdio aos ataques terroristas em um momento em que parte da esquerda vem evitando responsabilizar os extremistas ou até mesmo apoiando abertamente os ataques.
O Hamas, grupo considerado terrorista por União Europeia, Israel, Reino Unido e Estados Unidos, parabenizou o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após sua vitória nas eleições de 2022. Mesmo assim, após o bombardeio iniciado neste sábado Lula classificou os ataques como terroristas, mas também fez ressalvas. Já o Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou nota à imprensa sobre o ocorrido sem condenar os ataques.
Segundo o governo federal, um brasileiro ficou ferido e dois estão desaparecidos em Israel. Há uma operação em andamento para repatriar brasileiros em áreas afetadas pelos ataques.
Silvio Almeida também silenciou após recepção amigável de Lula a ditador
O ministro dos Direitos Humanos igualmente optou pelo silêncio em maio, após a calorosa recepção do presidente Lula ao ditador venezuelano Nicolás Maduro. Na ocasião, o presidente brasileiro foi alvo de críticas mundo afora por apoiar enfaticamente o mandatário de um país cujo governo é marcado por violações diversas à democracia, aos direitos humanos e às liberdades individuais.
Neste domingo (8), quando já se passavam mais de 24 horas do início dos bombardeios em Israel, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) questionou a postura de Silvio Almeida. “Impressionante como o ministro dos direitos humanos fica em completo silêncio nesses momentos. Não me respondeu se condenava Maduro, as falas preconceituosas do Lula sobre a África, nem mesmo dos bandidos do Guarujá. E até agora não repudiou os ataques terroristas do Hamas. Eu avisei: fala mansa de quem amansa ditador nunca me enganou. Silvio é uma vergonha”, declarou o parlamentar na rede X (ex-Twitter).
O ex-deputado Deltan Dallagnol foi outro a criticar a conduta do ministro de Lula. “Onde está o ministro dos Direitos Humanos de Lula durante uma das maiores violações de direitos humanos de nossos tempos?”, questionou.