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O diplomata Mário Vilalva, demitido nesta terça-feira da Apex, com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Ernesto Araújo
O diplomata Mário Vilalva, demitido nesta terça-feira da Apex, com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Ernesto Araújo| Foto:

O ministro das Relações Exteriores, o chanceler Ernesto Araújo, anunciou na tarde desta terça-feira (9) a exoneração do embaixador Mário Vilalva da presidência da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).

Em nota, o ministro agradeceu a colaboração que Vilalva prestou à frente da agência nos meses iniciais da gestão atual. E informou que a exoneração é parte "do processo de dinamização e modernização do sistema de promoção comercial brasileiro". A nota não informa quem será o novo presidente da Apex.

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A saída de Vilalva é uma vitória de Araújo em uma disputa travada com militares por poder na Apex-Brasil. Com a exoneração, Vilalva é o segundo presidente da Apex demitido pelo governo Jair Bolsonaro. Alexandre Carreiro foi o primeiro, demitido ainda no primeiro mês do ano, depois de entrar em conflito com diretores indicados por Araújo.

Em entrevista na segunda-feira (8) ao jornal O Estado de S.Paulo, Vilalva classificou como "golpe" a mudança no estatuto do órgão feita por Araújo, que retirou poderes do presidente da agência e ampliou força de diretores.

"Realmente não compreendo, esse tipo de postura por parte do ministro [Ernesto Araújo], esse tipo de atitude que eu considero mais um golpe, de fazer na calada da noite uma modificação profunda no estatuto para me tirar poderes e dar esse poder para pessoas que não estão preparadas", afirmou.

Vilalva disse que Araújo chegou a oferecer-lhe "postos maravilhosos no exterior" para que deixasse o cargo. "Eu não estou à venda, não estou aqui para amanhã ser comprado".

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A crise começou depois que Vilvalva baixou uma portaria em que retirou dos diretores de Negócios, Letícia Catelani, e de Gestão, Márcio Coimbra, ambos indicados por Araújo, o poder de nomear e demitir funcionários. A portaria seria uma retaliação ao fato de Letícia e Coimbra terem se negado a assinar um contrato da agência com uma empresa citada na Lava Jato. Vilalva nega essa versão. Segundo ele, a portaria foi feita após ele "perceber que havia um certo relaxamento em relação à contratação de pessoas", afirmou.

Vilalva tomou posse da presidência da agência no dia 9 de janeiro para um mandato de quatro anos. Ele é diplomata de carreira e, segundo texto publicado no site da agência dias depois de sua posse, pretendia reforçar o alinhamento com o Itamaraty a parti de uma atuação em sintonia com as diretrizes estratégicas do Ministério das Relações Exteriores.

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