O ministro das Relações Exteriores, o chanceler Ernesto Araújo, anunciou na tarde desta terça-feira (9) a exoneração do embaixador Mário Vilalva da presidência da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
Em nota, o ministro agradeceu a colaboração que Vilalva prestou à frente da agência nos meses iniciais da gestão atual. E informou que a exoneração é parte "do processo de dinamização e modernização do sistema de promoção comercial brasileiro". A nota não informa quem será o novo presidente da Apex.
Leia também: Apesar de demitido, Vélez poderá receber auxílio-mudança de R$ 60 mil
A saída de Vilalva é uma vitória de Araújo em uma disputa travada com militares por poder na Apex-Brasil. Com a exoneração, Vilalva é o segundo presidente da Apex demitido pelo governo Jair Bolsonaro. Alexandre Carreiro foi o primeiro, demitido ainda no primeiro mês do ano, depois de entrar em conflito com diretores indicados por Araújo.
Em entrevista na segunda-feira (8) ao jornal O Estado de S.Paulo, Vilalva classificou como "golpe" a mudança no estatuto do órgão feita por Araújo, que retirou poderes do presidente da agência e ampliou força de diretores.
"Realmente não compreendo, esse tipo de postura por parte do ministro [Ernesto Araújo], esse tipo de atitude que eu considero mais um golpe, de fazer na calada da noite uma modificação profunda no estatuto para me tirar poderes e dar esse poder para pessoas que não estão preparadas", afirmou.
Vilalva disse que Araújo chegou a oferecer-lhe "postos maravilhosos no exterior" para que deixasse o cargo. "Eu não estou à venda, não estou aqui para amanhã ser comprado".
Leia também: Atritos com Bolsonaro podem cacifar candidatura de Rodrigo Maia a presidente?
A crise começou depois que Vilvalva baixou uma portaria em que retirou dos diretores de Negócios, Letícia Catelani, e de Gestão, Márcio Coimbra, ambos indicados por Araújo, o poder de nomear e demitir funcionários. A portaria seria uma retaliação ao fato de Letícia e Coimbra terem se negado a assinar um contrato da agência com uma empresa citada na Lava Jato. Vilalva nega essa versão. Segundo ele, a portaria foi feita após ele "perceber que havia um certo relaxamento em relação à contratação de pessoas", afirmou.
Vilalva tomou posse da presidência da agência no dia 9 de janeiro para um mandato de quatro anos. Ele é diplomata de carreira e, segundo texto publicado no site da agência dias depois de sua posse, pretendia reforçar o alinhamento com o Itamaraty a parti de uma atuação em sintonia com as diretrizes estratégicas do Ministério das Relações Exteriores.
A maior ambição do pacote de improvisos do governo está na eleição de 2026
Lula disse que quem apostasse na alta do dólar iria “quebrar a cara”; moeda bate em R$ 6,11
Polícia ligou fatos “distantes e desvinculados” a Bolsonaro, diz defesa
“Alguém precisa ceder”: Bolsonaro pede anistia para unidade nacional. Assista ao Sem Rodeios
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF