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O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, que está sendo investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por autorizar a viagem de três servidos para o pré-carnaval, em Aracaju, fazendo uso de verba pública, manteve a média de uma agenda por semana ligada a Sergipe ao longo de 2023. Ele é pré-candidato à prefeitura da capital sergipana.
Em 2023, ao todo, foram contabilizados 59 dias nos quais Macêdo participou de reuniões ou de outros compromissos relacionados ao estado, de acordo com informações disponibilizadas no sistema eletrônico de agendas de autoridades do Executivo e apuradas pelo jornal Folha de S.Paulo.
Dentre os inúmeros compromissos que manteve com autoridades ligadas ao Executivo e Legislativo de Sergipe, constam seis encontros com o prefeito reeleito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT). Macêdo também se reuniu outras seis vezes com o governador Fábio Mitidieri (PSD).
Além da ampla agenda política, o ministro ainda concedeu entrevistas para emissoras de televisão e rádio, entre outros atos dos quais participou no estado. Em maio, esteve presente na entrega de tratores e implementos agrícolas na sede estadual da Codevasf, e também visitou hospitais e as instalações da Universidade Federal de Sergipe.
Em outubro, foi ao evento realizado pelo Ministério dos Transportes, de Renan Filho (MDB-AL), no qual foi lançada a licitação para a construção de uma ponte que interligará as cidades de Neópolis (SE) e Penedo (AL).
Em novembro e dezembro, respectivamente, há registro de sua participação em eventos para entrega de máquinas agrícolas no município de Salgado (SE) e novamente na sede da Codevasf no estado.
No dia 10 de janeiro, após pedido de exoneração de Maria Fernanda Ramos Coelho, a “número 2” da Secretaria-Geral e nome forte do PT, foram divulgadas alegações de que o ministro teria autorizado o financiamento da viagem de três servidores da pasta para participar do carnaval fora de época de Aracaju.
No dia 11 de janeiro, o Ministério Público solicitou que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigasse Macêdo por suposto desvio de finalidade no uso de verbas públicas. O ministro, que também participou do pré-carnaval, afirma ter pagado sua viagem com seus próprios recursos e que o financiamento público da passagem dos assessores se deveu a um "erro formal".
Após as denúncias, a Secretaria-Geral da Presidência da República abriu uma sindicância interna para apurar a viagem à capital sergipana. Em nota, o ministério informou que iniciaria o processo de ressarcimento ao erário para os três servidores pudessem devolver os valores referentes à viagem ao Tesouro.