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Mauro Vieira
Mauro Vieira participou da Cúpula da Paz no Egito para discutir soluções para o conflito entre Israel e o Hamas.| Foto: reprodução/Governo do Egito

O ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, voltou a reforçar a posição do Brasil da necessidade urgente de se fazer um cessar-fogo na ofensiva de Israel contra Gaza e de se abrir um corredor humanitário para socorrer os civis que estão sob bombardeio há 15 dias. O chanceler brasileiro participou da Cúpula da Paz, na manhã deste sábado (21), no Egito, onde também criticou a rejeição do Conselho de Segurança da ONU à proposta apresentada pelo país

O encontro teve a participação de delegações estrangeiras de diversos países da região e da Europa, mas sem representantes de Israel. “Há um amplo apelo político à abertura de pausas humanitárias urgentemente necessárias, ao estabelecimento de corredores humanitários e à proteção do pessoal humanitário”, disse em referência à aprovação da proposta do Brasil na ONU por 12 votos a favor, duas abstenções e apenas um contra, dos Estados Unidos, que vetou a resolução.

“Apesar de tais esforços, o Conselho de Segurança foi lamentavelmente incapaz de adoptar uma resolução em 18 de outubro. No entanto, os muitos votos favoráveis ​​que o projeto de resolução recebeu são prova do amplo apoio político a uma ação rápida por parte do Conselho. Acreditamos que esta visão é partilhada pela comunidade internacional em geral”, afirmou.

Mauro Vieira afirmou que o Brasil tem acompanhado com preocupação a escalada da violência em Gaza e o agravamento da situação de segurança na região. Ele ainda reafirmou a posição do Brasil de condenar “inequivocamente os ataques terroristas do Hamas” e a tomada de reféns. “Cidadãos brasileiros estão entre as vítimas, sendo três deles assassinados em Israel”, completou.

Ainda segundo o ministro, a expansão dos assentamentos israelenses nos territórios ocupados e a estagnação social e econômica em Gaza, entre outros fatores, combinaram para gerar um ambiente social e cultural que “põe em risco a solução de dois Estados, e gera ódio, violência e extremismo”.

“Todas as partes devem proteger plenamente os civis e respeitar o direito internacional e o direito humanitário internacional. A comunidade internacional deve exercer os máximos esforços diplomáticos para garantir o rápido estabelecimento de corredores e pausas humanitárias e um cessar-fogo imediato”, reforçou.

Mauro Vieira lembrou que o Brasil, como presidente temporário do Conselho de Segurança da ONU neste mês, está conduzindo negociações para encontrar uma solução para o conflito. Ele vai presidir, no dia 24 de outubro, o Debate Aberto Trimestral do colegiado sobre a situação no Oriente Médio e a Palestina, e que as conversas “no mais alto nível possível” precisam avançar para “buscar consenso de ação imediata”.

Desde o início dos conflitos no último dia 7 de outubro, cerca de 5,7 mil pessoas já morreram, sendo 4,3 mil palestinos e 1,4 mil israelenses, além de estrangeiros – como três brasileiros. De lá para cá, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu pelo menos três vezes para debater e tentar encontrar uma solução para o conflito, sendo a última na quarta (16), quando a proposta brasileira foi negada por não mencionar expressamente o direito de Israel se defender dos ataques terroristas.

Israel fez um cerco contra Gaza e passou a bombardear o território para destruir estruturas utilizadas pelo Hamas. No entanto, civis acabaram vitimados.

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