Horas antes de embarcar com o presidente Jair Bolsonaro para Dallas (EUA), o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, disse ter sido alvo de uma montagem criminosa que tinha como objetivo "criar atrito entre pessoas". Ele afirma que pedirá investigação do caso.
"Um negócio falso, fake, montado, Isso aqui é um caso de investigação. É absolutamente falso e criminoso", afirmou nesta terça-feira (14).
Santos Cruz se refere à reprodução de tela de celular que mostra suposta troca de mensagens pelo WhatsApp em que ele é identificado como um dos interlocutores.
No topo da imagem aparece sua foto e o número de telefone que usa, mas não consta como um contato salvo do interlocutor, que não foi identificado. No corpo da mensagem aparecem críticas que ele teria feito a Bolsonaro. Santos Cruz disse jamais ter tido essa conversa com alguém e chamou o ato de criminoso.
"Não, isso aí é absurdo. Isso ai é um negócio fabricado, uma coisa completamente falsa. Isso não tem sentido nenhum. Isso é até elementar, a gente percebe que foi montado para criar atrito entre pessoas, falar mal do presidente, depois falar mal do vice-presidente", afirmou o ministro ao ser questionado sobre a veracidade da troca de mensagens pelo aplicativo.
"É um negócio elementar de fofoca, só que esse nível de coisa falsa é crime", afirmou.
Troca de mensagens
As imagens mostram uma troca de mensagens que teria ocorrido na manhã do dia 6 de maio, uma segunda-feira, um dia depois de Santos Cruz ter se reunido com Bolsonaro em meio a uma onda de críticas do escritor Olavo de Carvalho aos militares do governo.
Os ataques foram endossados pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), um dos filhos do presidente.
O interlocutor, não identificado, pergunta: "General, como foi lá ontem? Resolveu?".
A resposta enviada é "Nada. Ele ficou insistindo no vídeo", escreve o número atribuído ao ministro. "Mas eu disse na cara dele que isso era coisa do desequilibrado do filho dele e do frouxo do Fabio."
Após a crise, o presidente afirmou por meio de seu porta-voz, o general Otávio do Rêgo Barros, que via o desentendimento entre militares e olavistas como "página virada". Mesmo assim, ele usou as redes sociais para elogiar o escritor.
Coube ao general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército e hoje assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional, criticar Olavo, a quem se referiu como "Trótski de direita".
A repercussão do caso levou a suspeitas de que Santos Cruz pudesse ter a Secretaria de Governo esvaziada, com a retirada, por exemplo, da Secom (Secretaria de Comunicação) e do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos).
O ministro negou nesta terça qualquer atrito e disse que casos como esse significam "desperdício de energia".
"Isso aí é desperdício de energia num país que precisa trabalhar, que tem um monte de coisa para resolver", afirmou. "Um país que precisa de gente que produza e não que produza esse tipo de coisa, que produza resultados."
Questionado sobre eventuais desentendimentos com Bolsonaro, ele disse que seu único problema é arrumar a mala para viajar ao lado do presidente.
"Meu problema é arrumar minha mala para pegar o avião. Esse é o problema que eu tenho agora."
Ele embarca para Dallas às 23h desta terça-feira. Depois de ter cancelado sua ida a Nova York, em agenda marcada por protestos, Bolsonaro decidiu viajar à cidade no estado americano do Texas para receber a premiação "Pessoa do Ano", oferecida pela Câmara de Comércio Americana.
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