Moradores do Complexo do Alemão e familiares da menina Ágatha Félix, de 8 anos, que morreu na noite desta sexta-feira (20), vítima de bala perdida que teria sido disparada por militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), fizeram, neste sábado, uma manifestação na região contra as mortes violentas provocadas por policiais no local. Eles contestam a versão da Polícia Militar de que houve intensa troca de tiros entre a polícia e criminosos no momento em que a menina foi atingida.
Ágatha foi baleada nas costas quando estava em uma kombi, acompanhada de sua avó, na comunidade da Fazendinha, Complexo do Alemão, zona norte do Rio. A menina foi levada às pressas para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu ao ferimento. Testemunhas afirmaram que os tiros partiram de policiais que perseguiam uma motocicleta.
Em nota, a Polícia Militar informou que, por volta das 22h de sexta-feira, equipes policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Fazendinha, que estavam baseadas na esquina da Rua Antônio Austragésilo com a Rua Nossa Senhora, foram atacadas de várias localidades da comunidade de forma simultânea e revidaram à agressão.
A nota diz que após o confronto, não
foram encontrado feridos na varredura do local. "Na sequência, os
policiais foram informados por populares que um morador teria sido ferido na
localidade conhecida como Estofador”. Uma equipe da UPP se deslocou até o
Hospital Getúlio Vargas e confirmou a entrada de uma criança de 8 anos ferida
por disparo de arma de fogo.
Pessoas que participaram do ato e que testemunharam a ação de sexta-feira
contestam esta versão. À Agência Brasil, uma das mães que estava na praça ontem
à noite, mas que não quis se identificar, criticou a forma como a polícia age
na comunidade. “Não é de qualquer jeito que se entra na comunidade. A rua
estava lotada. Do nada se ouviu uma rajada. Todos que estavam nas ruas saíram
correndo e se esconderam. A dor da mãe da Ágatha é a mãe de todos nós do
Alemão”.
Em entrevista a O Globo, Elias César, tio de Ágatha também rebateu a troca de tiros e afirmou que houve apenas um disparo, o que atingiu Agatha pelas costas. “A ação da PM se deu porque os policiais haviam mandado um motociclista parar, mas ele não atendeu à ordem. A kombi estava no Largo do Birosca (na Fazendinha) e os policiais atiraram na moto. É mentira que teve tiroteio, foi um tiro só. Nenhum PM foi atacado”, afirmou.
A Defensoria Pública do Rio emitiu uma nota de solidariedade: "A defesa do direito à vida é um dos princípios basilares da nossa instituição. Por esta razão, acreditamos em uma política de segurança cidadã, que respeite os moradores das favelas e de qualquer outro lugar. A opção pelo confronto tem se mostrado ineficaz: a despeito do número recorde de 1.249 mortos em ações envolvendo agentes do estado apenas este ano, a sensação de insegurança permanece. No caso das favelas, ela se agrava", diz o texto, que lembra também a morte do policial Leonardo Oliveira dos Santos , atingido em Niterói.
A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) comunicou que vai abrir uma apuração para verificar todas as circunstâncias da ação.
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