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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes assumirá o inquérito instaurado pela Polícia Federal (PF) sobre as explosões e a morte ocorridas na noite desta quarta-feira (13) na Esplanada dos Ministérios. A informação foi confirmada junto ao STF.
De acordo com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, devido à suspeita de ato terrorista e ataque contra o estado democrático de direito, o caso será investigado junto de outros inquéritos conduzidos por Alexandre de Moraes, como o que investiga os atos de 8 de janeiro. O inquérito da PF está sob sigilo.
Também na manhã desta quinta-feira, durante uma palestra proferida em evento no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Moraes afirmou que o atentado não era “um fato isolado” e que fazia parte de um contexto que começou com o próprio gabinete do ódio, anos atrás. “O que ocorreu ontem não é um fato isolado do contexto […] E esse contexto se iniciou lá atrás quando o gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o STF, contra autonomia do judiciário, contra ao STF não só como instituição, mas contra as pessoas e as famílias de cada um dos ministros”, disse Moraes.
“Isso foi se avolumando sobre o falso manto de um criminoso uso da liberdade de expressão, de ofender, de ameaçar, de coagir. Em nenhum lugar do mundo isso é liberdade de expressão. Isso foi se agigantando e resultou no 8 de janeiro”, completou o ministro.
Durante sua fala no evento, Moraes também defendeu a regulamentação das redes sociais justamente por publicações como essas. Segundo o ministro, há por vezes um “envenenamento” nas redes que precisa ser manejado.
Ligação entre explosões em Brasília e 8 de janeiro serão investigadas no inquérito
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues também mencionou, em entrevista coletiva concedida na manhã desta quinta-feira (14), que a PF atua em integração com a polícia do STF, já que foram encontradas evidências de que o autor das explosões esteve em Brasília entre o final de 2022 e início de 2023.
Além disso, a PF investigará a relação entre o autor das explosões, identificado como Francisco Wanderley Luiz, e Débora Rodrigues, mulher que pichou a estátua “A Justiça” durante os atos de 8 de janeiro. Débora Rodrigues foi fotografada escrevendo, com batom, a frase ‘Perdeu Mané’ na estátua que fica em frente ao STF. O local também foi onde Francisco arremessou uma bomba caseira e em seguida se matou ao deitar em cima de um dos artefatos.
Essa relação será investigada pois o autor deixou uma mensagem no espelho do banheiro da casa alugada desde julho em Ceilândia, próximo a Brasília.
No espelho do banheiro da casa alugada por Luiz, a polícia encontrou a seguinte mensagem: "Por favor, não desperdice batom! Isso é para deixar as mulheres bonitas. Estátua de merda se usa TNT".
Além disso, a ex-mulher do autor da explosões afirmou à PF que o ex-marido queria matar o ministro Alexandre de Moraes.