A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao senador Marcos do Val (Podemos-ES) no Distrito Federal e no Espírito Santo nesta quinta-feira (15). O gabinete do parlamentar no Senado foi um dos locais em que os policiais estiveram nesta tarde. Eles permaneceram no Legislativo por 2h40.
A operação da Polícia Federal foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O motivo seria suposta obstrução da investigação sobre os atos do 8 de janeiro.
A ação da PF ocorreu três dias após Marcos do Val fazer uma postagem em uma rede social afirmando que autoridades receberam informações prévias sobre as manifestações do 8 de janeiro, que terminaram em atos de vandalismo contra os Três Poderes. A conta do senador na rede social foi suspensa. Apesar disso, ainda não se sabe se existe relação entre o post e a operação.
Por meio de nota, a Polícia Federal apenas confirmou a operação - sem citar o nome do senador - e disse que não repassaria mais informações. Moraes teria ligado para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para avisar sobre a busca e apreensão no gabinete do senador. Pacheco determinou então que a Advocacia do Senado e a Polícia Legislativa acompanhassem a operação.
Marcos do Val diz que não deve prestar novo depoimento à PF nos próximos dias
O parlamentar concedeu entrevista à GloboNews nesta noite, mas voltou a falar sobre o depoimento prestado à Polícia Federal em fevereiro deste ano. À época, Marcos do Val prestou esclarecimentos sobre a reunião que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ).
Na ocasião, Marcos do Val chegou a dizer que Bolsonaro tentou coagi-lo a dar um golpe de Estado. O senador, entretanto, disse à PF que isso não ocorreu e que o ex-presidente apenas ouviu o suposto plano de Silveira. “Eu dei apenas uma versão na Polícia Federal e disse para todos: ‘a versão dos fatos e a verdade absoluta está no depoimento que eu dei naquela época em fevereiro’”, afirmou o parlamentar à GloboNews.
Marcos do Val também fez críticas a Moraes e disse que o ministro mudou seu status no inquérito sobre os atos de 8 de janeiro de testemunha para investigado como um “movimento de intimidação". O senador afirmou ainda que Moraes "não tem cumprido a Constituição".
Ele disse também que não deve prestar depoimento à PF nos próximos dias. "Não vou dar depoimento hoje [dia 15], nem sei se vou dar na semana que vem, porque a Advocacia do Senado Federal se sentiu invadida, porque o celular que eles apreenderam não é meu, o número é do Senado Federal", afirmou.
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