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Lula
Filiação de Lula ao PL foi feita há 6 meses por uma advogada do partido, que negou a autoria do registro.| Foto: Juanjo Martin/EFE

O ministro Alexandre de Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enviou à Polícia Federal nesta quinta (11) informações sobre uma suposta filiação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com as informações apuradas pelo jornal O Globo que levaram ao pedido de investigação à PF pelo TSE, Lula foi filiado ao PL há seis meses com o uso de uma senha de uma advogada do partido ao sistema Filia. A legenda negou que tenha feito o procedimento.

A inclusão dos dados de Lula como filiado ao PL ocorreu no dia 17 de julho de 2023 em nome da advogada Ana Daniela Leite e Aguiar, que presta serviços ao partido. No entanto, se suspeita que a operação tenha sido realizada por outra pessoa.

O PL divulgou uma nota da empresa Idatha, responsável pela consolidação das informações, assegurando a disponibilidade dos registros para averiguação das autoridades.

A Idatha explicou que o fluxo de filiações é registrado no sistema, mantendo informações e documentos auditáveis. A empresa afirmou estar à disposição das autoridades para colaborar na verificação do incidente.

O procedimento padrão, segundo a Idatha, envolve o registro pelo dirigente municipal e a consolidação pela empresa no sistema Filia através da senha nacional de acesso do partido.

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que essa filiação é “uma loucura” e que o mesmo já havia acontecido com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) ao PT.

“Cada dia aparece um louco com mais facilidade de fazer esse tipo de coisa na internet. Faz uns dois meses, o Nikolas Ferreira, que foi o deputado mais votado do Brasil, pelo PL, foi filiado ao PT. Agora aconteceu com o Lula. Isso é uma loucura, temos de achar este hacker, mas vamos contar com a estrutura da Polícia Federal”, disse em entrevista à rádio CBN.

No histórico de filiações de Lula, constava sua adesão ao PT em 4 de maio de 1981 e, posteriormente, ao PL em 15 de julho de 2023 em São Bernardo do Campo (SP), base eleitoral do presidente. O ministro Alexandre de Moraes encaminhou as informações à Polícia Federal para investigação de possíveis crimes relacionados à inserção de dados falsos no sistema eleitoral.

O presidente da Corte cancelou formalmente o vínculo de Lula com o PL e retomou o laço formal com o PT, além de cancelar a senha da advogada.

O TSE esclareceu que fornece uma senha para os administradores dos partidos, responsáveis por cadastrar filiações no sistema Filia. A filiação só é recusada em caso de erro nos dados cadastrais do filiado, e em caso de duas filiações, prevalece a mais recente.

O sistema Filia realiza processamento diário dos registros, convertendo filiações para o registro oficial se não houver erros.

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