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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou a abertura de uma investigação contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A Polícia Federal vai apurar se a parlamentar teria algum vínculo com a suposta tentativa de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.
A decisão, desta terça-feira (23), atendeu a um pedido da Polícia Federal e está sob sigilo. Segundo a PF, Zambelli teria intermediado a viagem de uma influenciadora à Espanha para tratar com o ex-general venezuelano Hugo Carvajal, que estava preso.
Carvajal teria dito, sem apresentar provas, que o narcotráfico venezuelano financiava o PT e o então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ex-general foi chefe do serviço de Inteligência no governo de Hugo Chávez. Ele teve a solicitação de asilo negada e foi extraditado para os Estados Unidos onde é investigado por suposto envolvimento com o tráfico de drogas.
Após voltar ao Brasil, a influenciadora teria repassado um dossiê ao então ministro da Justiça, Anderson Torres, sobre as acusações. Com base no documento, a PF abriu uma investigação duas semanas antes do primeiro turno das eleições de 2022.
Moraes aponta vínculo entre inquéritos
Para Moraes, o objetivo do inquérito sobre o suposto relato de Carvajal era “conferir credibilidade às narrativas inverídicas propagadas pela milícia digital” sobre o principal opositor político de Bolsonaro para “obter vantagem de natureza eleitoral às vésperas do pleito de 2022”.
O ministro considerou que a nova investigação está “absolutamente” relacionada com o inquérito que apura a suposta tentativa de golpe.
Em julho de 2022, Bolsonaro citou as “informações” de Carvajal durante uma reunião ministerial. O STF liberou a íntegra do vídeo da reunião em fevereiro deste ano. A PF usou a gravação para embasar parte das acusações contra Bolsonaro e aliados, no âmbito da Operação Tempus Veritatis.
“Temos informações do General Carvajal lá da Venezuela que tá preso na Espanha. Ele … já fez a delação premiada dele lá. É… Por 10 anos abasteceu com o dinheiro do narcotráfico Lula da Silva, Cristina Kirchner, Evo Morales. Né? Essa turma toda que vocês conhecem”, disse o ex-mandatário na ocasião.
Zambelli disse que soube da decisão pela imprensa
Em nota à CNN Brasil, Zambelli afirmou que soube da decisão de Moraes pela imprensa. “Por não ter conhecimento dos fatos em questão, a parlamentar somente poderá se manifestar após ter acesso aos autos, mas estará à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos julgados necessários”, diz o comunicado.
A Gazeta do Povo tenta contato com a parlamentar, o espaço segue aberto para manifestações.