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Inquérito dos atos antidemocráticos

A pedido da PGR, Moraes manda prender jornalista Wellington Macedo

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

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A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (3) o jornalista Wellington Macedo, após autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O ministro atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Macedo é um dos investigados no inquérito que investiga a convocação de atos antidemocráticos para as manifestações do dia 7 setembro. O jornalista, apoiador do presidente Jair Bolsonaro, já foi alvo de busca e apreensão no mês passado.

Macedo foi preso na tarde desta sexta-feira (3), em um hotel em Brasília. Em uma curta nota no início da noite desta sexta e sem citar nomes, a PF afirmou que cumpriu, em Brasília, "um mandado de prisão preventiva expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal".

Ainda segundo a nota da PF, a medida "tem o objetivo de aprofundar investigações em curso nos autos de inquérito que tramita naquela Corte". Mais detalhes sobre o que motivou a prisão do jornalista, porém, não foram revelados. O STF também não deu informações sobre o caso.

Segundo o jornal O Globo, Macedo divulgou vídeos convocando para um ato em 7 de setembro para pedir a deposição de ministros do STF e se apresentava como coordenador do evento. Macedo contou com a participação do cantor Sérgio Reis, que também foi alvo da operação da PF no mês passado, em um dos vídeos. O jornalista, assim como outros investigados no inquérito, estava proibido de se aproximar da Praça dos Três Poderes e de se comunicar com demais investigados.

Ainda de acordo com o Globo, Moraes também teria ordenado a prisão do caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como "Zé Trovão", que é investigado no mesmo inquérito. Não há informações sobre a prisão do caminhoneiro.

Prisão é criticada entre governistas

A prisão de Wellington Macedo repercutiu entre governistas e apoiadores de Boslonaro. A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) usou o Twitter para criticar o pedido da PGR acatado por Alexandre de Moraes e disse que o país vive o "fim dos tempos".

"Este homem [Moraes] se julga uma divindade. Cansada de medir palavras com receio de ferir o ego megalomaníaco dele. Suas atitudes ecoarão na história e até parte da esquerda já enxerga a verdade", acusou Zambelli.

O deputado estadual Gilberto Silva (PSL-PB) criticou a prisão e disse que o Senado não cumpre seu "dever constitucional", em referência à decisão do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em arquivar o pedido de impeachment apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro contra Moraes.

Jornalista é o segundo apoiador de Bolsonaro preso em menos de um mês

A prisão do jornalista é a segunda de um apoiador de Bolsonaro em menos de um mês. Em 13 de agosto, o ministro Alexandre de Moraes pediu a prisão preventiva do ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, pela suposta participação em uma organização digital criada para realizar ataques à democracia. A ordem da prisão de Jefferson aconteceu mesmo após o Ministério Público Federal (MPF) ter se manifestado contra a ação.

O pedido de cárcere de Wellington Macedo remete ao do também jornalista Oswaldo Eustáquio, que foi preso em junho de 2020 e foi transferido para o regime domiciliar em janeiro de 2021. Eustáquio também se manifestou pelo perfil que mantém no Twitter. "Dia 7 precisa ser gigante", declarou.

Outro conservador preso é o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ). Foi detido após ter publicado um vídeo no qual defendeu a destituição de ministros do STF e o AI-5, o mais duro instrumento de repressão do período do regime militar.

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