O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que deixasse a relatoria do Inquérito 4888, no qual o presidente Jair Bolsonaro (PL) é investigado por ter dito que pessoas vacinadas contra a Covid estariam desenvolvendo a Aids mais rápido.
Na manifestação feita na segunda-feira (5), a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, argumentou que o ministro Luís Roberto Barroso deveria relatar essa ação por já analisar outros pedidos de investigação sobre o mesmo tema na Corte.
Mas Moraes afirmou que a investigação prosseguirá normalmente, nos termos apontados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. O despacho do ministro também traz a data de 5 de setembro. Além disso, ele determinou que o Ministério Público Federal (MPF) se manifeste sobre os pedidos de indiciamentos formulados pela autoridade policial.
A análise de 21 recursos que contestam decisões de Moraes foi suspensa na Corte, em 12 de agosto, após o pedido de vista do ministro André Mendonça. Um desses questionamentos diz respeito ao Inquérito 4888.
Bolsonaro falou sobre a questão nesta terça-feira (6) durante a sabatina na Jovem Pan News. O presidente criticou o ministro Alexandre de Moraes e disse que está sendo investigado pelo fato de ter lido um pequeno trecho de uma reportagem publicada numa revista sobre a suposta relação da vacina com a Aids.
Durante a análise do caso pelos 11 ministros do Supremo no plenário virtual, em agosto, Moraes afirmou que “não há dúvidas de que as condutas noticiadas do Presidente da República, no sentido de propagação de notícias fraudulentas acerca da vacinação contra o Covid-19 utilizam-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais, revelando-se imprescindível a adoção de medidas que elucidem os fatos investigados, especialmente diante da existência de uma organização criminosa – identificada no Inquérito 4.781/DF (que justificou a distribuição por prevenção desta Pet) e no Inquérito 4.874/DF".
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