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O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, elevou o tom contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e afirmou que ele “sonha” ser presidente do país. A declaração ocorreu pouco depois da operação autorizada pelo magistrado que cumpriu mandados de busca e apreensão contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) na quinta (25).
Costa Neto comparou a atuação de Moraes à do ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União-PR), que deixou a magistratura para ser ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e depois ensaiou uma candidatura à presidência da República. A exposição que o magistrado ganha o “enlouquece”, segundo o mandatário do PL.
“Ele [Moraes] quer se mostrar, quer ser candidato a presidente. É o caminho do Moro. O camarada aparece na televisão, nos jornais e enlouquece. A soberba ataca e você não percebe. É o que ele quer. Não tenha dúvida. Quem imaginava que o Moro seria candidato e iria largar a carreira dele? Ninguém”, disse em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta sexta (26).
A afirmação de que Moraes “sonha” com a presidência foi dada em um trecho incompleto que não foi publicado pelo jornal.
Moraes vem sendo criticado pela oposição por ter autorizado a operação tanto contra Ramagem como também a que mirou o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), na semana passada, no âmbito das investigações da Operação Lesa Pátria que investiga pessoas supostamente ligada aos atos de 8 de janeiro de 2023.
O magistrado é acusado de estar tentando desmobilizar candidaturas de políticos da direita às eleições municipais deste ano. Ramagem é pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, enquanto que Jordy pretende concorrer à de Niterói (RJ).
Também pouco depois da operação contra Ramagem, Costa Neto disse que a ação é uma "perseguição por causa do Bolsonaro" e uma "falta de autoridade do Congresso Nacional". A fala gerou uma reação imediata do presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que rebateu dizendo que ele "passa pano para impeachment de ministros nos bastidores".
O senador também citou que Valdemar "não é capaz de organizar minimamente a oposição para aprovar sequer a limitação de decisões monocráticas do STF".