O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais seis meses o inquérito que investiga os supostos autores intelectuais e instigadores dos atos de 8 de janeiro de 2023, que levaram à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília.
Moraes atendeu a um pedido feito pela Polícia Federal, que apontou a necessidade de mais prazo para concluir as investigações e diligências em andamento. O pedido é uma sinalização que novas operações estão na mira da corporação.
“Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização das diligências ainda pendentes, nos termos previstos no art. 230-C, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, prorrogo por mais 180 (cento e oitenta) dias a presente investigação”, escreveu Moraes no despacho assinado na última sexta (2) e tornado público nesta segunda (5).
Desde que a Polícia Federal começou a investigar os supostos autores intelectuais dos atos, já foram realizadas 24 fases da Operação Lesa Pátria, que começou a ser deflagrada dias depois dos atos de 8 de janeiro de 2023. Na mais recente, o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) foi o principal alvo por supostamente ter orientado manifestantes que iriam fechar rodovias após o segundo turno da eleição presidencial de 2022.
Jordy negou qualquer ligação com os manifestantes e afirmou que a operação foi “autoritária, sem fundamento, sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal”. Ele é pré-candidato à prefeitura de Niterói (RJ) neste ano.
Os despachos da Lesa Pátria são autorizados por Moraes após aval da Procuradoria-Geral da República (PGR). Apenas no primeiro ano da operação, a PF prendeu preventivamente 97 pessoas em diversos estados brasileiros e no Distrito Federal por suspeita de ligação com os atos.
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